Gigante farmacêutica pagará US$ 270 milhões nos EUA em processo por opiáceos
Washington, 26 mar (EFE).- A empresa farmacêutica Purdue Pharma aceitou nesta terça-feira pagar US$ 270 milhões ao estado de Oklahoma em um dos mais de 1.600 processos que responde por sua suposta responsabilidade em agravar a crise dos opiáceos nos Estados Unidos, segundo informaram meios de comunicação locais.
Os recursos desembolsados pela Purdue Pharma, fabricante da oxicodona, um potente e viciadnte analgésico, serão destinados a financiar a pesquisa e o tratamento da dependência em Oklahoma e ao pagamento de despesas legais, segundo detalhou a emissora de rádio pública "NPR".
"Vemos este acordo com Oklahoma como uma extensão do nosso compromisso em ajudar a impulsionar soluções à crise da dependência dos opiáceos", disse em comunicado o executivo-chefe da gigante farmacêutica, Craig Landau.
A Purdue e seus proprietários, a família Sackler, também farão uma doação de US$ 177,5 milhões à fundação do Centro Nacional de Estudos e Tratamento de Dependências na Universidade Estadual de Oklahoma, em Tulsa.
"O acordo alcançado hoje brindará assistência às pessoas de todo o país que necessitam desesperadamente destes serviços", disseram os Sackler em outro comunicado.
O jornal nova-iorquino "The Wall Street Journal" revelou no início deste mês que a Purdue Pharma cogita declarar-se em quebra, com o que buscaria paralisar os mais de 1.600 processos contra ela impulsionados por cidades, condados e estados do país por suposta publicidade enganosa para aumentar suas vendas de opiáceos.
O acordo de hoje é fruto de um processo apresentado há dois anos pelo procurador-geral de Oklahoma, o republicano Mike Hunter, no qual alegava que a farmacêutica participou da crise dos opiáceos com uma campanha agressiva de venda de oxicodona e afirmações enganosas que negavam os perigos da dependência.
Segundo a "NPR", Hunter solicitou mais de US$ 20 bilhões em danos em processos contra Purdue Pharma e outras farmacêuticas.
Precisamente nesta segunda-feira, o Tribunal Supremo de Oklahoma rejeitou uma apelação apresentada por vários fabricantes de opiáceos com a qual buscavam atrasar um julgamento do estado contra eles, cujo início está previsto para maio.
As overdoses relacionadas com opiáceos nos EUA acarretaram um saldo de mais de 47.000 mortes em 2017, das quais 36% incluía drogas que tinham sido administradas com receita médica. EFE
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