Lavrov tenta atrair empresários dos EUA após detenção de investidor
Moscou, 26 mar (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, tentou nesta terça-feira atrair empresários dos Estados Unidos para que continuem investindo na economia russa e não cumpram sua ameaça de boicotar o próximo Fórum Econômico de São Petersburgo por conta da recente detenção de um investidor americano.
"Queremos atrair empresas estrangeiras, inclusive as americanas, e criar condições favoráveis para elas. Esperamos que haja também uma atitude positiva para os círculos empresariais russos", disse Lavrov em reunião com representantes da Câmara de Comércio dos EUA.
Para o chanceler russo, os EUA e a Europa decidiram que as empresas devem "sacrificar seus negócios pela política" de sanções em relação à Rússia.
"Isto não é normal e contradiz os interesses das empresas e a necessidade de criar mais empregos", disse Lavrov, que expressou seu desejo de que "prevaleça o bom senso", segundo a agência "TASS".
A confiança no círculo empresarial americano e europeu na Rússia sofreu um revés com a prisão em fevereiro do investidor Michael Calvey, fundador da empresa de 'private equity' Baring Vostok, acusado de fraude em grande escala por uma disputa empresarial.
O caso foi criticado por várias personalidades russas, como o chefe da Câmara de Contas e ex-ministro de Finanças, Alexei Kudrin, e inclusive indiretamente pelo presidente Vladimir Putin.
Putin pediu em março aos procuradores do país que impedissem o prolongamento de medidas cautelares, como a prisão preventiva, contra empresários em casos em que não estejam plenamente justificadas.
Lavrov abordou hoje com os representantes da Câmara de Comércio a detenção de Calvey e outras cinco pessoas pelo caso.
Disse que a Rússia "conta com uma participação ativa de empresários americanos no Fórum Econômico de São Petersburgo", que será realizado em junho.
Isso depois que o jornal econômico "Financial Times" publicou que uma série de empresários de alto nível e diplomatas americanos, entre eles o embaixador dos EUA na Rússia, Jon Huntsman, podem não comparecer ao Fórum Econômico de São Petersburgo em sinal de protesto pela prisão de Calvey.
O presidente da Câmara de Comércio dos EUA, Alexis Rodzianko, disse hoje às agências "RIA Novosti" e "Interfax" que o caso pode afetar negativamente "o nível de participação" americana no Fórum Econômico de São Petersburgo, "mas não no número de participantes". EFE
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