AI condena Airbnb por não retirar ofertas de colônias judaicas na Cisjordânia
Jerusalém, 10 abr (EFE).- A Anistia Internacional (AI) condenou nesta quarta-feira o serviço online de aluguel de casas e quartos Airbnb por não retirar as ofertas de hospedagem em colônias judaicas no território palestino ocupado da Cisjordânia, uma decisão que a ONG classificou de "covarde".
A decisão final do Airbnb "será outro golpe devastador para os direitos humanos dos palestinos" e representa "uma renúncia profundamente vergonhosa de sua responsabilidade como empresa" em relação ao respeito do direito internacional humanitário, segundo a AI.
A ONG avaliou que, "ao continuar promovendo o turismo em assentamentos ilegais", o Airbnb ajuda "a impulsionar a economia nos mesmos", por isso "está contribuindo diretamente para a manutenção e a expansão" das colônias.
Em sua decisão anunciada ontem, o Airbnb esclareceu que não obterá lucro ao continuar permitindo alojamentos em toda a Cisjordânia e que os valores arrecadados com os mesmos "serão doados a organizações sem fins lucrativos dedicadas à ajuda humanitária".
A AI acredita que a medida do Airbnb é insuficiente e considera que a companhia perdeu "uma clara oportunidade de tomar a decisão correta para defender os direitos humanos e usar sua influência para estabelecer um precedente na indústria do turismo".
Em novembro do ano passado, o Airbnb anunciou a decisão de retirar de sua plataforma a oferta de casas situadas em colônias judaicas, algo que foi duramente criticado por Israel e pelo governador da Flórida, Ron De Santis, que advertiu que buscaria uma forma de punir a empresa pela medida por considerar que ela discrimina os cidadãos israelenses.
Após voltar atrás ontem, a companhia declarou que reconhece que há "outros territórios em disputa", embora as Nações Unidas não definam a situação desta maneira, pois consideram Cisjordânia e Jerusalém Oriental como territórios ocupados por Israel desde 1967. EFE
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