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América Latina crescerá 0,8% em 2019-2021 por desaceleração, aponta BID

15/04/2019 12h58

Washington, 15 abr (EFE).- Uma combinação de impactos econômicos das grandes economias mundiais pode diminuir o crescimento da América Latina e do Caribe em uma média anual de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em três anos (2019-2021), reduzindo a taxa de crescimento base de 2,5% para 0,8%, de acordo com o relatório macroeconômico divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O BID rebaixou suas previsões para a região principalmente pelo possível efeito da desaceleração em Estados Unidos e China, e de um hipotético aumento nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

O estudo também avaliou os impactos potenciais sobre a América Latina e o Caribe que seriam causados pela saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) sem um acordo, o que poderia reduzir em mais meio ponto percentual as projeções de desenvolvimento para a região.

"Os potenciais impactos são alarmantes porque a América Latina e o Caribe já estão entre as regiões com índice de crescimento anual mais lento do mundo", afirmou no relatório Eric Parrado, economista-chefe do BID.

Segundo o banco de desenvolvimento, o arrefecimento da economia americana pode ter um impacto negativo de 0,8% na América Latina, enquanto o menor desenvolvimento da China afetará 0,5% no triênio estudado.

Esses dois fatores, somados a um impacto de 0,4% do preço dos ativos, resultará em uma diminuição do avanço do PIB regional para até 0,8% no período entre 2019 e 2021.

A região mais afetada pelo impacto dos Estados Unidos e da China será o Cone Sul (com a exceção do Brasil), cuja economia pode sofrer uma contração de 0,4%. O México, por sua vez, crescerá 0,5% no triênio, enquanto o Brasil experimentará uma expansão de 0,8%.

Parrado, no entanto, assinalou que o BID traçou um rumo "pelo qual a região pode obter um grande impulso econômico através de investimentos em transporte, telecomunicações e em outras obras de infraestrutura tão necessárias".

Assim, o relatório ressalta que apesar de o investimento público ter sido freado por cortes nos orçamentos, as oportunidades de obter financiamento privado são "amplas em um contexto de taxas de juros baixas no mundo todo".

Para a região, em média, os cálculos indicam que, se os países forem capazes de aumentar seus níveis de investimento nos setores de infraestrutura a ponto de diminuir a lacuna com países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a produtividade em toda a economia crescerá 75% em relação à média histórica. EFE