Funcionários da Petrobras Uruguai fazem greve de fome para pressionar governo
Montevidéu, 29 abr (EFE).- Funcionários da Petrobras Uruguai começarão nesta terça-feira uma greve de fome para pressionar o governo de Tabaré Vázquez a se reunir com a direção da petrolífera brasileira e negociar sua saída do país.
A informação foi confirmada nesta segunda-feira à Agência Efe pelo dirigente da União Autônoma de Operários e Empregados do Gás, Alejandro Acosta, que afirmou que a greve de fome começará às 8h e será acompanhada de uma paralisação das atividades por 24 horas.
"Não há mais opção porque a Petrobras anunciou que quer se retirar do serviço público de gás natural e para isso é necessário o acordo com o governo, mas este não se move para instalar uma mesa de negociação que dê viabilidade a isso", declarou Acosta.
A greve de fome será realizada por três pessoas, dois membros da comissão diretiva do sindicato e um do plenário de delegados.
"(A greve de fome) vai durar até que tenhamos uma saída política que assegure que a Petrobras já não esteja mais à frente do serviço e aí será preciso ver quais são as alternativas", destacou.
A Petrobras é a controladora da Distribuidora de Gás de Montevidéu (DGM), da qual tem 100% do capital, e da também distribuidora de gás Conecta, da qual tem 55% das ações.
A estatal brasileira anunciou na sexta-feira passada a venda de novos ativos que incluem oito refinarias no Brasil e a rede de postos de gasolina PUDSA no Uruguai.
O conflito dos trabalhadores com a empresa data de 2016 após a Petrobras realizar várias demissões. Na época, os funcionários também fizeram greve de fome e ocuparam sedes da companhia.
A última ocupação ocorreu na semana passada, quando os trabalhadores anunciaram o "controle operário" da Montevideo Gas, embora a Justiça uruguaia tenha ordenado a saída do edifício.
Acosta detalhou que a Montevideo Gas tem 164 funcionários. Os anúncios de seguro de desemprego e demissões diretas abrangem "mais de 25% da força de trabalho". Segundo ele, a empresa também teria informado que consegue operar com apenas 50 empregados.
De acordo com Acosta, a única maneira de o sindicato cogitar o cancelamento da greve de fome é que o governo convoque a Petrobras para negociar a saída do país.
Por outro lado, o sindicalista garantiu que, apesar das medidas, o serviço de distribuição de gás não será afetado.
O ministro da Indústria do Uruguai, Guillermo Moncecchi, disse hoje que o governo convocará os diretores da Petrobras para saber "oficialmente" qual é a posição da empresa.
"Nós, até sexta-feira, falamos com a empresa que nos dizia que não estava pensando em deixar a concessão. Se querem agora, será preciso renegociar", ressaltou. EFE
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