FAO lança década da agricultura familiar para combater pobreza no meio rural
Roma, 29 mai (EFE).- A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) abriu nesta quarta-feira a década da agricultura familiar, que vai até 2028, com o objetivo de colocar em prática um plano de ação global contra a fome e a pobreza.
No ato de abertura, o diretor-geral da entidade, o brasileiro José Graziano da Silva, destacou a fundamental contribuição da agricultura familiar para a luta mundial contra a fome e a obesidade, além de promover o desenvolvimento sustentável.
"Os agricultores familiares são os que produzem alimentos locais frescos e de forma sustentável. Esta é sua contribuição", disse o diretor-geral da FAO.
José Graziano explicou que a FAO, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida) e as alianças governamentais dos distintos países trabalharão juntos nos próximos dez anos para promover o plano de ação global.
Com base nos sete pilares que compõem o plano, os objetivos são criar um ambiente político propício para fortalecer a agricultura familiar, apoiar os jovens, fomentar a igualdade de gênero, impulsionar as organizações de produtores, melhorar sua inclusão e resiliência, conseguir sustentabilidade e inovar em favor do desenvolvimento territorial.
O presidente do Fida, Gilbert Houngbo, destacou que os 500 milhões de pequenos agricultores que vivem no mundo são a base das economias rurais e dos sistemas alimentares em longo prazo, além de serem grandes geradores de postos de trabalho no campo.
"Esta década convida a comunidade internacional a aumentar os esforços para um mundo sem pobreza e fome, dois problemas que afetam especialmente as populações rurais dos países em desenvolvimento", afirmou Houngbo.
Para o lançamento dessa iniciativa, o papa Francisco enviou uma mensagem na qual enfatiza o papel das famílias produtoras que preservam o meio ambiente e reitera que sua "agricultura sustentável tem consequências benéficas para toda a humanidade e para a proteção do meio ambiente".
O pontífice afirmou que "o talento dos jovens deve contar com o apoio do ambiente educacional e das políticas econômicas que fornecem as ferramentas necessárias para expressar suas capacidades e se tornarem agentes de mudança e desenvolvimento em suas comunidades a partir da visão da ecologia integral" para o avanço do "paradigma tecnocrático".
Theo De Jager, presidente da Organização Mundial de Agricultores, criticou os obstáculos que os produtores mais pobres continuam enfrentando, incluindo o domínio das grandes corporações, as disputas comerciais, as barreiras dos países ricos, a concorrência desleal, a grilagem de terras, os conflitos e a mudança climática.
Já o presidente do Fórum Rural Mundial, Martín Uriarte, pediu a elaboração de planos nacionais e de dotações orçamentárias para melhorar a vida dos agricultores familiares, fortalecer os espaços de diálogo político e das organizações de produtores, e para supervisionar o cumprimento das políticas.
De acordo com a FAO, existem no mundo cerca de 600 milhões de fazendas, das quais mais de 90% são administradas por uma única pessoa ou família e responsáveis pela produção de mais de 80% dos alimentos. EFE
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