Funcionários da Petrobras no Uruguai suspendem greve após acordo
Montevidéu, 17 jul (EFE).- Os trabalhadores do setor de gás no Uruguai decidiram suspender nesta quarta-feira a greve iniciada no dia 10 de junho, após o governo assinar um acordo para assumir o serviço de distribuição depois da saída da Petrobras do país, feito que classificaram como "um triunfo".
A suspensão foi confirmada pelo porta-voz do sindicato do gás, Alejandro Acosta, após uma assembleia que reuniu os trabalhadores em sua sede e contou com a presença de Fernando Pereira, presidente da central sindical uruguaia, Pit-Cnt.
Segundo Acosta, durante a reunião houve um consenso de que foi dado um passo "muito importante" em direção aos objetivos traçados, que eram "proteger o serviço público de gás natural e os postos de trabalho".
"Acreditamos que isto é um triunfo de todo o país, que deveria se caracterizar assim: que todo o Uruguai se sinta contente por ter conseguido sair de uma situação tão complexa com uma multinacional sem lesar a soberania do país e, sobretudo, dando perspectiva para o serviço", ressaltou Acosta.
Com essas palavras, o porta-voz se referiu ao acordo selado pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que se reuniram na terça-feira para buscar uma saída definitiva para as divergências originadas com as concessões da Conecta S.A. e da Distribuidora de Gás de Montevideo, que serão devolvidas pela estatal brasileira.
No encontro, as partes decidiram encerrar as concessões vigentes antes do dia 30 de setembro. O governo uruguaio ficará responsável pelas operações de ambas para "dar continuidade aos serviços", segundo o comunicado oficial.
O sindicalista ressaltou que os trabalhadores vão contribuir com todos os esforços e propostas para desenvolver e fazer com que a empresa "tenha a rentabilidade necessária". Além disso, se mostrou orgulhoso porque "ninguém ficou sem gás no país" durante 37 dias de greve geral.
Fernando Pereira elogiou o desempenho de Vázquez na negociação e disse que "há muito a ser feito, mas tudo o que resta fazer é positivo" para o Uruguai.
O presidente da central sindical uruguaia afirmou que agora vêm "outras negociações", que serão realizadas "com uma premissa" de "garantir os postos de trabalho e garantir o serviço público".
A Petrobras, que atualmente controla a Distribuidora de Gás de Montevideo, da qual tem 100% do capital, e a distribuidora de gás Conecta S.A., da qual tem 55%, anunciou no dia 26 de abril a venda de novos ativos que incluem oito refinarias no Brasil e a rede de postos de gasolina PUDSA no Uruguai.
Os conflitos entre a estatal brasileira e os funcionários uruguaios começaram em 2016, após uma série de demissões. Desde então, os operários têm realizado greves, manifestações e ocupações como protestos contra a Petrobras. EFE
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