Preços ao consumidor na Argentina sobem 54,5% em relação a agosto de 2018
Buenos Aires, 12 set (EFE).- Os preços ao consumidor da Argentina aumentaram 54,5% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística e Censos do país.
Segundo o órgão, os preços registraram uma alta de 4% em comparação com julho - uma quebra na tendência de desaceleração que o indicador apontava desde abril - e acumularam um aumento de 30% nos primeiros oito meses do ano.
Os preços de toda a economia foram fortemente impactados em agosto pela alta do dólar. O valor da moeda americana subiu subitamente após as eleições primárias de 11 de agosto, nas quais o presidente argentino, Mauricio Macri, foi derrotado pelo peronista Alberto Fernández, favorito para o pleito de 27 de outubro.
De acordo com o relatório oficial divulgado nesta quinta-feira, os bens tiveram no mês passado uma variação positiva de 4,9% em comparação com julho, enquanto os serviços aumentaram 2,3%. Em relação a agosto do ano passado, os dados sobem para 59,8% e 45,7%, respectivamente.
Os preços ao consumidor acumularam no ano passado um aumento de 47,6%, o nível mais alto desde 1991. As últimas projeções privadas coletadas pelo Banco Central, e que levam em conta os efeitos das severas tensões financeiras de agosto, calculam que a inflação acumulada em 2019 será de 55%, mais que o dobro da projeção de 23% no orçamento para este ano.
A alta inflação na Argentina ocorre em um contexto de recessão econômica, com uma queda de 2,5% no PIB em 2018, um dos piores desempenhos em anos.
Diante da intensificação da crise, Macri anunciou semanas atrás uma série de medidas, que incluem o congelamento por três meses dos preços dos combustíveis, um aumento do salário mínimo e a retirada do imposto sobre o valor agregado (IVA) de certos alimentos da cesta básica. EFE
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