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Petrobras quer mais desinvestimentos e apressa Odebrecht por venda da Braskem

04/12/2019 22h43

Nova York, 4 dez (EFE).- A Petrobras cogita expandir o plano de desinvestimento com vários ativos extras, incluindo a participação na petroquímica Braskem, para a qual os seus executivos pediram nesta quarta-feira para o conglomerado Odebrecht, sócio controlador, para acelerar a venda.

A petrolífera organizou hoje na Bolsa de Valores de Nova York um dia para investidores, no qual apresentou novos detalhes do plano estratégico 2020-2024, anunciado há uma semana, que envolve um investimento de cerca de R$ 320 milhões, especialmente concentrado na exploração do pré-sal.

A empresa prevê para esse período um plano de desinvestimentos em ativos não essenciais de valor entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões (R$ 84 bilhões a R$ 126 bilhões), valor que pode aumentar em caso de venda de outros imóveis.

"Os ativos extras que não estão incluídos no plano são a BR Distribuidora, a Braskem, ativos na Bolívia e outros que estamos revendo e podemos vender. (...), e que se somam ao plano entre 20 mil e 30 mil milhões", disse a principal executiva financeira da empresa, Andrea Almeida.

"Os ativos extras que não estão incluídos no plano são a BR Distribuidora, a Braskem e outros ativos (de exploração e produção) que estamos revendo e podemos vender. É um adicional ao plano de entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões", declarou a principal executiva financeira da Petrobras, Andrea Almeida.

Especificamente em relação à Braskem, considerada a maior empresa petroquímica da América Latina, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, abordou versões que indicam que a Odebrecht pretende vender sua participação de 30% em três anos, mas que inclui a maioria das ações com direito a voto.

"Parece o plano de alguém que não quer vender nada. A Odebrecht está em situação financeira complicada e deve acelerar a venda da Braskem. Queremos vender 100% de nossas ações", declarou Castello Branco, que avalia a participação da Petrobras entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões (R$ 8,4 bilhões a R$ 12,6 bilhões).

Os executivos disseram em sua apresentação em Wall Street que o plano estratégico, que além dos desinvestimentos envolvem cortes de custos e redução de dívidas, visa aumentar o valor da empresa em 45% até 2021.

"O setor de energia não deve contemplar qualquer mudança de cenário, pelo menos durante o primeiro semestre de 2020, e por isso espera-se que o preço do petróleo permaneça entre US$ 60 e US$ 65, sem tendências significativas de alta ou de baixa", analisou Castello Branco em entrevista à Agência Efe.

"Do lado da oferta, esperamos que a dos Estados Unidos continue a crescer, e, por outro lado, vemos que a economia global tem desacelerado", ponderou Castello Branco, que mencionou uma certa volatilidade após o recente ataque à Saudi Aramco, quando o preço disparou e depois voltou aos US$ 60.

"Em outras ocasiões, se a economia global estivesse crescendo fortemente, isso poderia estabelecer uma tendência ascendente, mas nada está acontecendo", comentou.

A executiva responsável pela refinaria e gás natural, Anelise Quintão Lara, afirmou que o plano inclui pela primeira vez dez compromissos de sustentabilidade para avançar para uma economia de baixo carbono.

"Estamos enfrentando a mudança climática: reduzimos firmemente nossas emissões nos últimos cinco anos e, nesse esforço, estamos apenas atrás da Equinor norueguesa", enalteceu Castello Branco, que completou dizendo que a Petrobras está aumentando a sua produção de gás natural e espera contribuir para reduzir custos industriais e para uma fabricação e transportes mais limpos, especialmente no Brasil. EFE