BM alerta para risco global de "rápido e generalizado" aumento da dívida
Washington, 8 jan (EFE).- O Banco Mundial (BM) prevê um leve aumento das previsões de crescimento econômico global para este ano, de 2,4% em 2019 para 2,5%, em um cenário complexo no qual alertou para um aumento "rápido e generalizado" da dívida e a desaceleração nos Estados Unidos e na China.
"As baixas taxas de juros globais oferecem apenas uma protecção precária contra crises financeiras. A história mostra que ondas de acumulação de dívidas não costumam ter um final feliz", disse nesta quarta-feira Ayhan Kose, diretor do Grupo de Perspectivas do BM, sobre o relatório divulgado semestralmente pela entidade.
A última onda de acumulação de dívida, que começou em 2010, tem sido "a maior, mais rápida e generalizada" nos mercados emergentes e em desenvolvimento desde 1970.
"Em um ambiente mundial frágil, é fundamental implementar melhorias nas políticas a fim de minimizar os riscos associados à atual onda de endividamento", acrescentou Kose.
De acordo com o relatório, o PIB dos Estados Unidos terá um crescimento de 1,8% em 2020, enquanto o da China subirá 5,9%, ambos abaixo dos níveis do ano anterior e afetados pela longa guerra comercial que protagonizaram.
As perspectivas do BM para a América Latina também não são muito animadoras, com uma pequena recuperação de 1,8% esperada para este ano, após uma fraca alta de 0,8% em 2019.
O Banco Mundial disse que outro fator que contribuiu para a desaceleração econômica da região foi o surgimento de grandes protestos em Bolívia, Chile e Equador no final de 2019, "condições econômicas e sociais desastrosas" na Venezuela e episódios de "graves" crises financeiras na Argentina.
Para o Brasil, a entidade espera que "o aumento da confiança dos investidores derivado dos avanços em reformas importantes, somado a uma moderada flexibilização das condições de financiamento e a melhora gradual nas condições do mercado de trabalho" deem suporte aos investimentos e ao consumo, o que contribuirá para o país elevar o crescimento de seu PIB para 2% em 2020. EFE
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