IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ministério Público de Tóquio desmente relatos de Ghosn sobre interrogatórios

09/01/2020 13h35

Tóquio, 9 jan (EFE).- O Ministério Público de Tóquio negou nesta quinta-feira que o ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn tenha sido submetido a oito horas de interrogatório enquanto estava sob custódia, contrariando o que foi dito pelo empresário no dia anterior em Beirute, e informou que o brasileiro podia se encontrar com os advogados quase todos os dias.

Em entrevista coletiva, Takahiro Saito, subprocurador de Tóquio que está atuando como porta-voz do órgão, comentou alguns dos pontos citados por Ghosn na entrevista concedida na capital libanesa na quarta-feira, a primeira desde que foi preso em Tóquio, em 19 de novembro de 2018.

Desde essa prisão, Ghosn, que é acusado de irregularidades financeiras durante a gestão da Nissan, ficou 130 dias detido no total, até conseguir a liberdade sob fiança em 25 de abril, depois de uma segunda detenção.

Ghosn "tinha pouco mais de 70 dias de interrogatório, com menos de quatro horas por dia em média", disse o subprocurador.

Saito ressaltou que durante esses 130 dias de detenção Ghosn pôde se encontrar livremente com os advogados, o que foi feito 120 vezes. As reuniões não puderam ser realizadas aos domingos porque o centro de detenção de Tóquio onde o empresário estava não opera nesses dias

Ele não pôde fazê-lo aos domingos porque o centro de detenção de Tóquio onde ele estava detido não recebe visitas nesses dias da semana.

Ghosn criticou o sistema judiciário japonês, alegando que presume culpa, e não inocência, e disse ter sido interrogado diariamente durante oito horas por promotores sem a presença dos advogados.

Segundo Ghosn, os interrogatórios aos quais foi submetido e as limitações de ver a esposa, Carole, visavam apenas levá-lo a confessar os crimes pelos quais foi acusado, o que a acusação negou.

"É óbvio que ele não estava sendo forçado a confessar e que a acusação não criou um roteiro. Temos as gravações de áudio e vídeo durante esses interrogatórios", acrescentou Saito. EFE

yk-ag/vnm