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Em meio a crise, Boeing fecha 2019 com prejuízo de US$ 636 milhões

O novo CEO da Boeing, Dave Calhoun, reconheceu que "há muito trabalho a ser feito" - Getty Images
O novo CEO da Boeing, Dave Calhoun, reconheceu que "há muito trabalho a ser feito" Imagem: Getty Images

29/01/2020 17h48

A Boeing fechou 2019 com um prejuízo de US$ 636 milhões, o primeiro resultado anual negativo em décadas, como resultado da grave crise vivida desde a proibição internacional do modelo 737 Max, o principal avião da empresa.

A fabricante americana informou nesta quarta-feira que a receita no ano todo caiu 24%, para US$ 76,559 bilhões, e neste último trimestre subtraiu uma cobrança de US$ 2,6 bilhões para a possível compensação a clientes afetados pela paralisação das entregas e a produção das aeronaves.

O novo CEO da Boeing, Dave Calhoun, reconheceu que "há muito trabalho a ser feito", insistiu que a empresa está focada em retomar o serviço da frota de 737 Max "com segurança" e que tem "a liquidez" necessária para encarar o "processo de recuperação".

Os dados contrastam fortemente com os de 2018, quando a Boeing obteve lucros anuais de mais de US$ 10 bilhões, impulsionados por receitas recorde de US$ 101 bilhões. As entregas de aeronaves na época, 806, agora caíram para 380.

A frota de 737 Max está em terra desde março do ano passado, após dois acidentes na Etiópia e na Indonésia que deixaram 346 mortos. A Boeing trabalha com autoridades para reativar as aeronaves, mas recentemente descartou que isso aconteça até meados do ano.

Os dados do quarto trimestre, com os quais os analistas de Wall Street estavam mais preocupados e que refletem as últimas decisões da empresa, também não são promissores: o prejuízo entre outubro e dezembro totalizou US$ 1,01 bilhão. No ano anterior, no mesmo período, o lucro foi de US$ 3,424 bilhões.

A queda no faturamento nos últimos três meses foi de 37%, para 17.911 milhões, principalmente devido a uma menor entrega de aeronaves comerciais, apenas 79, e também à aplicação do encargo adicional para compensar fornecedores que elevaria os custos totais da crise a quase US$ 19 bilhões.