Roberto Azevêdo anuncia que deixará presidência da OMC em 31 de agosto
"É uma decisão pessoal, familiar e estou convencido de que servirá aos interesses da organização", afirmou o líder da entidade, depois de convocar uma videoconferência que teve a participação de 164 países e territórios membros.
Azevêdo, que está na presidência da OMC desde 2013, garantiu que a renúncia não tem relação com motivos de saúde, nem mesmo com ambições políticas. Além disso, destacou que não foi algo repentino.
"Entre o confinamento e a minha recente operação no joelho, tive mais tempo do que o habitual para refletir, e cheguei a esta decisão após longas conversas com minha família", relatou.
Além disso, Azevêdo, de 62 anos, defendeu que a OMC precisa de um novo diretor-geral que trace uma nova agenda para um mundo pós-pandemia da Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
"Deve garantir que o comércio contribua para a recuperação econômica mundial", disse o brasileiro.
A renúncia de Azevêdo acontece em meio a um momento crítico para a OMC, devido a paralisação do Órgão de Apelação, o principal mecanismo de disputas, desde que a negativa dos Estados Unidos de designar novos juízes.
Com isso, a entidade entrou em uma crise sem precedentes em seus 25 anos de história. Em abril, China, União Europeia e outros membros da OMC (sem participação de EUA e Japão), anunciaram a criação de um órgão arbitral alternativo.
Durante a gestão de Azevêdo, a OMC não conseguiu nenhum avanço na negociação de acordos comerciais internacionais e, em 2015, deixou os contatos para a Rodada de Doha, em que se buscava uma maior integração das economias em desenvolvimento. EFE
abc/bg
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