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AIE: Consumo de petróleo pode voltar a patamar de 2019 entre 2023 e 2027

13/10/2020 13h51

Paris, 13 out (EFE).- O consumo global de petróleo retornará em 2023 ao pico atingido em 2019 se houver uma rápida recuperação econômica, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE) que considera que a próxima década será a última de crescimento da demanda por petróleo.

Em um cenário no qual a recuperação econômica leve mais tempo e o Produto Interno Bruto (PIB) global não iguale o de 2019 até 2023, o consumo de petróleo não voltaria ao nível anterior à crise do novo coronavírus até 2027, informou a entidade nesta terça-feira na apresentação de seu relatório anual de perspectivas.

O diretor geral da AIE, Fatih Birol, confirmou que "a era do crescimento (do petróleo) chegará ao fim nos próximos dez anos" e reiterou que são necessárias medidas por parte dos governos para evitar que tal aumento ocorra.

Birol observou que as vendas de veículos elétricos (cujos motores não utilizam derivados de petróleo) neste ano chegarão a 2,5% do total, mas ao mesmo tempo os SUVs, que por peso consomem mais combustível, representarão 42%.

A fim de atingir um volume zero de emissões líquidas de dióxido de carbono (CO2) até 2050 que limitaria o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, a AIE acredita que é necessária uma mudança radical nas políticas energéticas nos próximos dez anos, particularmente para favorecer as energias renováveis em detrimento dos combustíveis fósseis.

Entre outros aspectos, a produção de hidrogênio deve aumentar de 0,45 milhão de toneladas neste ano para 40 milhões em 2030; as vendas de carros elétricos devem aumentar de 2,3 milhões para 50 milhões de unidades; e o investimento em eletricidade limpa deve aumentar de US$ 380 bilhões para US$ 1,6 trilhão.

Birol salientou que "a crise da Covid-19 perturbou o setor energético mais do que qualquer outro evento da história".

"Pessoalmente, acredito que esta crise deixará cicatrizes por muitos anos ainda", frisou.

De acordo com as estimativas da agência, a demanda de energia cairá 5% em geral neste ano, com o petróleo caindo 8%, o carvão 7% e o gás natural 3%.