Sagasti assume presidência do Peru em meio a profunda crise política
Pela primeira vez na história do país um presidente foi empossado sem um crucifixo ou uma Bíblia e apenas jurando "pelo país e por todos os peruanos".
Segasti fez discurso sensível e dedicado a Jack Pintado e Inti Sotelo, que tinham 22 e 24 anos quando foram assassinados durante os protestos que marcaram a crise política e institucional que o país enfrenta e que ele tentará resolver.
Em notável contraste com seu antecessor, Manuel Merino, que tinha assumido a presidência na última terça-feira após a destituição de Martín Vizcarra pelo Congresso - um acontecimento considerado "ilegítimo" pela grande maioria dos peruanos -, Sagasti ofereceu um discurso conciliatório, aberto e com constantes acenos aos jovens.
GOVERNO "PLURAL".
O novo presidente, que ainda não confirmou quem fará parte de seu governo, disse que formará um gabinete "plural" com a vontade de ser "um ponto de encontro" para várias ideias que "alcancem compromissos reais de ação compartilhada".
Sagasti indicou que seu primeiro compromisso e desafio será assegurar que as eleições de abril de 2021 sejam "realizadas sem contratempos e absolutamente limpas". Ele também garantiu que o governo manterá "absoluta neutralidade no processo".
Como segundo pilar, ele disse que enfrentará "a grave crise causada pela pandemia na saúde e na economia", com a promessa de promover serviços públicos de qualidade em saúde e educação, com ênfase especial na promoção da ciência e tecnologia como soluções para ambos os problemas.
Segasti declarou ainda que será feito um trabalho para melhorar a "segurança dos cidadãos".
"Mas a primeira coisa será redobrar esforços para encontrar aqueles que desapareceram (nos protestos) e instigar o Ministério Público a realizar mais investigações sobre as ações que causaram a tragédia. Não haverá impunidade", frisou, em uma clara referência às exigências dos cidadãos após a repressão policial dos últimos dias.
SEM DESPESAS.
Sagasti, de tendência centro-liberal, também destacou que seu governo terá "gestão responsável das finanças" e que haverá "estabilidade econômica e equilíbrio fiscal".
"Estamos cientes das lições de deixar de lado esta condição fundamental para uma melhor distribuição da riqueza, estabilidade e equilíbrio fiscal", disse.
"Cuidaremos dos assuntos mais urgentes, e o faremos respondendo à estabilidade e ao equilíbrio, porque, se não o fizermos, todo o país perde. E, se perdermos, teremos desemprego e inflação", acrescentou.
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