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Greve sindical de petrolífera estatal uruguaia tem alta adesão

24/03/2021 23h23

Montevidéu, 24 mar (EFE).- A Coordenadoria dos Sindicatos da empresa petrolífera estatal uruguaia Ancap iniciou nesta quarta-feira uma greve geral ativa de 24 horas acordada pelos trabalhadores em rejeição ao que eles consideram um desmantelamento da entidade com fechamento de empresas.

O líder do Sindicato Autônomo dos Trabalhadores e Empregados de Gás, Alejandro Acosta, declarou à Agência Efe que a paralisação, votada em assembleia pelos membros dos 12 sindicatos ligados à companhia que formam a Coordenadoria, começou com um alto nível de adesão.

"A greve está sendo muito bem atendida nas diferentes empresas às quais estamos ligados", afirmou Acosta, cuja estimativa de mobilização é de cerca de 24 mil trabalhadores.

Uma das principais medidas da greve é também reforçar a coleta de assinaturas contra 135 artigos da lei conhecida como Lei de Urgente Consideração (LUC), um pacote de mais de 400 artigos aprovados em meados de 2020 que foi carro-chefe da campanha do presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, durante as eleições de 2019.

Em cinco mesas distribuídas em diferentes partes de Montevidéu, os sindicatos começaram a recolher assinaturas às 10h (local e de Brasília). Segundo Acostas, muitas pessoas foram aos postos para apoiar a revogação dos artigos, impulsionados pela central sindical PIT-CNT juntamente com o principal partido de oposição, a Frente Ampla.

De acordo com uma declaração emitida pela Coordenadoria dos Sindicatos da Ancap, a convocação à paralisação foi motivada por uma necessidade urgente de que o governo atenda às demandas dos trabalhadores diante do anúncio do fechamento de certas fábricas da petrolífera. Eles denunciam que se trata de uma tentativa de privatizar a empresa.

Especificamente, os sindicatos pedem que, entre outras coisas, os anúncios que implicariam a privatização da Usina Portland, em Paysandú, e a reprivatização por 30 anos das distribuidoras de gás natural MontevideoGas e Conecta fiquem sem efeito.

O grupo também denuncia que o governo está criando condições para asfixiar a Ancap economicamente, posição que reafirmam a partir de uma declaração do presidente da entidade, Alejandro Stipanic. O mandatário admitiu que, como resultado do desinvestimento, a empresa em breve "não terá dinheiro para pagar pelos embarques de petróleo".