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Ghosn testemunha em investigação sobre escândalo de emissões da Renault

27/05/2021 20h03

Beirute, 27 mai (EFE).- O ex-diretor-executivo da Renault, o franco-brasileiro Carlos Ghosn, que vive em Beirute desde o final de 2019, testemunhou ontem perante juízes franceses dentro da investigação sobre os níveis de contaminação dos motores a diesel da montadora francesa, informou nesta quinta-feira uma fonte judicial libanesa à Agência Efe.

Segundo a fonte, que pediu anonimato, Ghosn testemunhou aos juízes franceses na presença do procurador-geral libanês discriminatório, Imad Qablan, e de representantes do empresário no Palácio da Justiça em Beirute.

A fonte não forneceu pormenores sobre o conteúdo da audiência à qual Ghosn foi convocado como testemunha das supostas estratégias que a Renault utilizou durante mais de sete anos para fraudar os níveis de poluição dos seus motores a diesel, em uma investigação conduzida pelas autoridades francesas.

Ghosn começou a trabalhar em 1999 como chefe de operações na Nissan, procedente da direção da Renault, foi nomeado diretor-executivo da Renault e da aliança bipartite em 2005, e, em 2016, desta união também passou a fazer parte a japonesa Mitsubishi, após ser adquirida pela Nissan depois de ter sido abalada justamente por um escândalo de manipulação de dados de emissões.

A fonte judicial libanesa também disse à Efe que o empresário estará presente na audiência do próximo dia 31 de maio perante os investigadores franceses por ter organizado duas festas dentro do Palácio de Versalhes, na França.

Ghosn chegou ao Líbano em dezembro do ano passado, após protagonizar uma fuga cinematográfica do Japão, onde estava sendo julgado por ocultar uma indenização acordada com a Nissan entre 2011 e 2018, a ser paga após sua aposentadoria, no valor de 9,1 bilhões de ienes (73 milhões de euros).

O Ministério Público de Nanterre, nos arredores de Paris também abriu dois processos contra Ghosn: o primeiro sobre transferências de fundos por parte da Nissan para uma de suas concessionárias em Omã, que se suspeita ter sido em interesse próprio, e o segundo sobre quem pagou as despesas do seu casamento, realizado no Palácio de Versalhes em outubro de 2016.

Ghosn, que tem nacionalidade brasileira, francesa e libanesa, sempre negou ter cometido atos ilícitos quando era presidente da Nissan e da Mitsubishi e chefe executivo da Renault, e refutou as acusações de não ter declarado seu salário e de ter utilizado fundos da empresa para ganho pessoal.