Organizações denunciam 59 assassinatos em 1 mês de protestos na Colômbia
"Até agora, neste mês de protestos, documentamos 59 homicídios, dos quais 32 teriam sido cometidos pelas forças de segurança. O restante poderia ser presumido como tendo sido realizado por civis não identificados no contexto do protesto", declarou o porta-voz da rede, Óscar Ramírez, durante uma entrevista coletiva.
Duas das vítimas documentadas eram mulheres, enquanto nove não foram identificadas ou sua conexão com os protestos não foi verificada. As organizações condenaram o uso de armas de fogo durante as marchas tanto pelas forças de segurança quanto pelos civis.
"O uso desproporcional da força pública e o uso impróprio de armas deixou cerca de 866 pessoas feridas, 51 delas com lesões oculares, e 70 foram feridas por armas de fogo. É um fato preocupante", considerou Ramírez ao apresentar o balanço das violações de direitos humanos que ocorreram durante as manifestações.
Eles documentaram múltiplas agressões, tais como espancamentos, ameaças, detenções arbitrárias e ameaças contra 133 defensores dos direitos humanos, razão pela qual recomendaram a adoção de medidas expeditas para inibir a violência cometida por agentes das forças de segurança, bem como "a suspensão das armas de reduzida letalidade que geram sérios danos à população civil".
DENÚNCIAS CONTRA FORÇA PÚBLICA.
Além disso, 87 pessoas foram vítimas de violência baseada em gênero e, como destacado pela Defensoria do Povo, também houve dois casos de estupro e 14 outros casos de violência sexual (toque inapropriado de natureza sexual, ameaças de violência sexual, qualquer ato envolvendo violação da liberdade e integridade sexual).
"Denunciamos o abuso de poder, de autoridade e as agressões cometidas pelas forças públicas, das quais temos registros de pelo menos 1.184 reclamações de uso indiscriminado da força contra casas, pessoas que não participavam das manifestações e idosos", disse Ramírez.
Entretanto, de acordo com números oficiais da Procuradoria Geral e do Ministério da Defesa, 43 pessoas foram mortas no mês dos protestos, mas apenas 17 vítimas civis e dois policiais tinham ligação direta com as manifestações.
Enquanto isso, em três dos homicídios em que a polícia foi acusada, membros da instituição foram presos e estão sendo processados pelo sistema de justiça.
Por causa das acusações contra os policiais, o Senado colombiano apoiou o ministro da Defesa colombiano, Diego Molano, que na quinta-feira, com grande maioria, escapou de uma moção de censura impulsionada por congressistas da oposição que o acusaram de ser "politicamente responsável" pela violência policial nos protestos.
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