Bancos cubanos param de aceitar depósitos em dinheiro em dólares
Desde ontem os bancos de Cuba pararam de aceitar os depósitos em dinheiro em dólares, uma medida que o governo cubano justificou como resposta ao embargo dos Estados Unidos, que dificulta a utilização dessa moeda no sistema bancário internacional.
A decisão, que gerou polêmica entre os cubanos, entra em vigor em meio à crise econômica do país caribenho, com graves problemas de escassez de produtos básicos e com a moeda local sofrendo forte desvalorização nos últimos meses.
O anúncio, feito no último dia 10 de junho, causou grande fila de pessoas nos bancos para depositar dólares nos dias seguintes.
Por conta da procura, os bancos permaneceram abertos durante todo o final de semana, inclusive anontem, no domingo.
Uma nota da Agência Cubana de Notícias informou hoje que o embargo dos EUA "impõe obstáculos ao sistema bancário nacional para os depósitos em dinheiro de dólares arrecadados no país" e lembrou que a decisão é temporária e "não afeta as operações realizadas por transferências ou depósitos em dinheiro de outras moedas livremente conversíveis aceitas em Cuba".
Até o Banco Central de Cuba anunciar esta decisão, o valor do dólar no mercado ilegal crescia descontroladamente até atingir mais de 70 pesos cubanos (CUP), quase o triplo do preço oficial de 1 para 24. Hoje, seu valor nas operações informais já havia caído para cerca de 52 pesos.
Economistas familiarizados com a economia cubana estão convencidos de que o dólar continuará circulando no mercado informal.
No entanto, consideram que o euro se valorizará em relação ao peso cubano e poderá se tornar a moeda de referência nas operações não oficiais, com uma troca informal neste momento de cerca de 85 pesos cubanos por um euro, enquanto a taxa oficial é de 28,5.
Cuba aplicou no início deste ano um processo de unificação monetária e cambial que significou a saída de circulação do peso conversível (CUC) — paritário com o dólar — e que deixou o peso cubano (CUP) como única moeda oficial do país, com uma única taxa de conversão oficial de 24 pesos por dólar.
Ausente desde 2004, o dólar voltou à economia cubana em 2019, quando foi anunciada a venda de eletrodomésticos e autopeças em MLC (moeda livremente conversível), que foi estendida no ano seguinte a grande parte dos alimentos e produtos básicos que são comercializados na rede estatal de lojas.
Isso disparou o valor do dólar e de outras denominações no mercado ilegal, já que muitos cubanos são forçados a comprar moeda estrangeira para adquirir alimentos, produtos de higiene pessoal e outros artigos que geralmente são impossíveis de comprar com pesos cubanos.
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