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"Dar tempo" com Espanha vale para empresas e privilégios, diz López Obrador

15/02/2022 21h55

Cidade do México, 15 fev (EFE).- O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou nesta terça-feira que o "tempo" que propôs que o país desse com a Espanha será em termos empresariais, em referência aos supostos casos de "tráfico de influência" em governos anteriores.

Em entrevista coletiva no Palácio Nacional, López Obrador foi perguntado se o "dar um tempo" com o país europeu que ele propôs na semana passada se referiria a contratos com empresas espanholas ou também às relações diplomáticas e políticas.

"Às empresas espanholas e aos contratos, e às influências (para que elas consigam concessões ou privilégios). Porque, se investigarem, e vocês podem investigar, encontrarão coisas que são completamente - para colocar de forma amável e usar um eufemismo - irregulares, em todas as obras", declarou.

O presidente mexicano garantiu que seu governo respeita "muito" o "povo espanhol", que é diferente da monarquia, do governo e das empresas da Espanha.

"E a única reclamação, o único questionamento, é que em outros tempos nosso país foi abusado e considerado uma terra de conquista. Para as empresas e para a influência política que foi exercida na cúpula dos poderes, tanto na Espanha como no México", acrescentou.

No entanto, ele garantiu que "a relação não está quebrada".

RESPOSTA À ESPANHA.

O líder de esquerda fez estas declarações um dia depois de o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, afirmar que os dois países foram e são "dois povos irmãos", razão pela qual ele quer que as relações sejam intensificadas, em vez de pausadas.

López Obrador abriu uma crise entre os dois países ao usar os termos "pausa" e "dar um tempo", embora mais tarde tenha esclarecido que não se tratava de uma ruptura, mas de um exercício de análise para "acalmar a relação" e evitar a "pilhagem" do México.

López Obrador tem criticado repetidamente a recusa da Espanha em pedir desculpas aos povos indígenas do México pelos abusos cometidos durante os períodos de conquista e colonial.

Além disso, acusou as empresas espanholas de ainda verem o México como uma "terra de conquista e pilhagem", particularmente após a reforma do setor de energia em 2013, quando ele foi aberto a empresas privadas. EFE