FMI reduz previsão de crescimento global para 3,2% neste ano e 2,9% em 2023
As previsões anteriores foram reduzidas em quatro e sete décimos de ponto percentual, respectivamente. Além disso, o FMI rebaixou a evolução dos principais motores da economia mundial - Estados Unidos, China e zona do euro - e de praticamente todas as principais economias do mundo.
Os riscos que o Fundo havia apontado em abril já se materializaram e estão afetando a economia global. São uma inflação elevada, uma desaceleração mais longa e mais acentuada do que o esperado da economia chinesa e os efeitos negativos da guerra na Ucrânia.
Mas o FMI também calcula um cenário muito mais adverso, no qual imagina o que poderia acontecer se os preços não se estabilizarem, se houver uma parada repentina no fornecimento de gás russo para a Europa, se condições financeiras mais apertadas sufocarem as economias em desenvolvimento e se a geopolítica impedir o comércio global de se desenvolver normalmente.
Nesse caso, e se esses riscos se concretizarem, o Fundo estima um crescimento global ainda menor, de 2,6% neste ano e de apenas 2% em 2023, um número que só foi registrado em cinco ocasiões desde 1970, sempre durante grandes crises - as de 1973, 1981 e 1982, 2008 e 2020.
Neste relatório, o FMI voltou a pedir aos governos mundiais para que façam da redução da inflação sua "primeira prioridade".
Embora tenha admitido que uma política monetária rígida "inevitavelmente trará custos econômicos", a instituição enfatizou que atrasá-la só "agravaria" esses custos.
Nessas previsões revisadas, o FMI mostra que as principais economias da Europa estão sofrendo mais do que o esperado com os efeitos colaterais da invasão da Rússia na Ucrânia.
Por isso, o Fundo reduziu a previsão para a zona do euro em dois décimos de ponto percentual em 2022, para 2,6%, e em 1,1 pontos percentuais em 2023, quando agora prevê um crescimento de apenas 1,2% para os países da moeda única.
Das principais economias da zona do euro, a Espanha continua sendo a de maior crescimento, embora as expectativas do Fundo também tenham sido reduzidas, pois agora calcula um aumento do Produto Interno Bruto de 4% para este ano (oito décimos de ponto percentual a menos) e 2% no próximo ano (1,3 ponto a menos).
As previsões para a principal economia europeia, a Alemanha, também são muito piores, com crescimento de apenas 1,2% neste ano (nove décimos de ponto abaixo da previsão anterior) e 0,8% em 2023 (1,9 ponto abaixo).
A economia líder mundial, os Estados Unidos, passou por uma grande revisão nas previsões do Fundo, antecipada há alguns dias: 2,3% de crescimento neste ano e apenas 1% no próximo ano, ou seja, 1,4 e 1,3 ponto a menos do que em suas estimativas anteriores.
A segunda maior economia do mundo, a China, de acordo com o FMI, crescerá 3,3% neste ano (1,1 ponto a menos do que o estimado anteriormente) e 4,6% no próximo ano (meio ponto a menos).
Para o Fundo, a desaceleração da economia chinesa tem "consequências globais", porque os fechamentos, os problemas de abastecimento e a queda na demanda interna estão reduzindo a demanda de bens e serviços do gigante asiático para outros países, que estão, portanto, vendo suas economias sofrerem mais.
A América Latina é uma das poucas regiões a ter uma melhora na previsão do Fundo para este ano, que agora se situa em 3%, (meio ponto percentual a mais que o cálculo anterior), embora para 2023 a estimativa seja inferior, de um aumento de 2% (meio ponto percentual a menos).
As duas principais economias latino-americanas, Brasil e México, têm previsões melhores para este ano, embora tenham uma estimativa pior para 2023.
Segundo o FMI, a economia brasileira crescerá 1,7% neste ano (nove décimos de ponto percentual a mais), e 1,1% no próximo ano (três décimos de ponto a menos), enquanto o crescimento do México será de 2,4% este ano (quatro décimos de ponto a mais) e 1,2% no próximo ano (1,3 pontos a menos).
Quanto à inflação, o FMI também é pessimista, acreditando que nas economias avançadas como um todo ela será de 6,3% neste ano (acima dos 4,8% projetados em abril). Para a zona do euro, o percentual estimado é de 7,3%, 2,9 pontos acima da previsão anterior. EFE
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