Evolução recente dos indicadores sugere retomada gradual da atividade, diz BC
A evolução recente dos indicadores econômicos do País permanece compatível com as perspectivas de estabilização da economia no curto prazo e sugere retomada gradual da atividade ao longo de 2017, avalia o Banco Central, em boletim regional divulgado nesta sexta-feira, 19. O texto ignora o estouro da crise política envolvendo o presidente Michel Temer e os impactos disso na recuperação da economia.
"A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização de capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego, cenário que, ao lado da desinflação de alimentos, favorece a desaceleração da inflação", afirma a publicação.
IBC-Br
O boletim aponta também que o índice de atividade econômica do Banco Central (BC), o IBC-Br, cresceu 0,8% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, na comparação com trimestre encerrado em novembro do ano passado, de acordo com dados dessazonalizados.
No início da semana, o BC divulgou que o IBC-Br avançou 1,12% no primeiro trimestre de 2017, ante o quarto trimestre de 2016.
Regiões
O boletim regional mostra ainda que a região Sul teve o maior crescimento econômico no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, na comparação com o trimestre encerrado até novembro do ano passado, com expansão de 2,8% no Índice de Atividade Econômica Regional - Sul (IBCR-S), depois de uma contração de 0,9% nos três meses até novembro.
O texto do BC destaca que o desempenho da região Sul apresentou sinais de retomada no início de 2017, com reação vista como moderada no mercado de crédito. "No âmbito da demanda, houve reação significativa das vendas do comércio ampliado e, em menor escala, do volume de serviços não financeiros, em ambiente de continuidade da recuperação das expectativas dos consumidores", avalia o boletim.
Em relação à região Sudeste, a publicação avalia que a oscilação dos indicadores sugere acomodação da atividade. "Embora o mercado de trabalho persista fragilizado, dificultando a recuperação consistente dos indicadores de consumo, e o reduzido dinamismo do mercado de crédito ainda limite a recuperação dos gastos das famílias e dos investimentos, as vendas do comércio ampliado mostraram recuperação".
Com isso, o Índice de Atividade Econômica Regional - Sudeste (IBCR-SE) cresceu 0,3% no trimestre finalizado em fevereiro, em relação ao encerrado em novembro, quando havia recuado 1,2%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.
O Nordeste, por sua vez, começou 2017 favorecido pela recuperação da safra agrícola, destaca o boletim. O BC estima que a produção de grãos da região deve aumentar 89,1% em 2017. No entanto, com a persistência da ociosidade da indústria, o Índice de Atividade Econômica Regional - Nordeste (IBCR-NE) ficou estável nos três meses até fevereiro, depois de recuo de 0,2% no trimestre encerrado em novembro.
No Centro-Oeste, o agronegócio teve um impacto mais relevante. Com a ajuda da renda agrícola, ressalta o BC, as estatísticas do comércio e dos serviços não financeiros na região sugerem momento de inflexão, com tendência de elevação na trajetória nos próximos trimestres. Com isso, o Índice de Atividade Econômica Regional - Centro Oeste (IBCR-CO) subiu 1,1% até fevereiro, depois de queda de 0,5% até novembro.
A região Norte, segundo o BC, contou com indicadores mistos no início de 2017. De um lado, houve recuperação da indústria. Do outro, o setor de serviços apresentou nova retração. No agregado, Índice de Atividade Econômica Regional - Norte (IBCR-N) cresceu 0,6% no trimestre encerrado em fevereiro, após baixa de 2,5% no trimestre concluído em novembro.
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