Oi quer propor aumento de capital de R$ 8 bilhões
Às vésperas do aniversário de um ano do maior pedido de recuperação judicial da história do País, a diretoria da Oi trabalha para entregar até o fim do mês um novo ajuste no plano que será votado pelos credores. A intenção é propor ao conselho de administração um aumento de capital de cerca de R$ 8 bilhões a ser subscrito pelos atuais acionistas. Os recursos seriam usados para investimentos na companhia, que encerrou 2016 com prejuízo de R$ 7 bilhões.
A sinalização foi feita pelo presidente da tele, Marco Schroeder, em entrevista ao Estadão/Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado). "É algo em estudo para conseguirmos apoio de uma parcela maior de credores", afirmou o executivo que completa hoje um ano no comando da companhia.
O processo da tele é considerado um dos mais complexos já analisados pela Justiça brasileira por envolver uma dívida de R$ 64 bilhões e 55 mil credores, entre eles a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Alguns grupos de credores ouvidos pelo Broadcast reclamam por considerar o processo moroso e dizem que as negociações são protocolares. O pedido foi entregue em 20 de junho de 2016.
Schroeder rebate ao dizer que em março foram apresentadas alterações numa primeira versão do plano, contemplando pedidos dos credores, como a conversão imediata da dívida em participação na tele para os credores. "Não foram feitas contrapropostas. Estamos completamente abertos às negociações", diz.
A intenção da companhia é encerrar o processo em setembro deste ano, com a votação do plano em assembleia de credores.
Etapas
O presidente da tele disse ainda que o aumento de capital poderá ocorrer em mais de uma etapa, mas que as condições ainda estão em estudo. "Pode ser R$ 4 bilhões neste ano e outros R$ 4 bilhões em até dois anos, por exemplo", afirmou. Neste ano, ocorreria "quase que junto" com a aprovação do plano.
"Os investimentos podem ter um salto já em 2018", disse. Segundo Schroeder, os estudos indicam que poderia haver a injeção de R$ 2 bilhões por ano no Capex durante quatro anos. A empresa encerrou 2016 com investimentos de R$ 4,759 bilhões, aumento de 18% ante 2015.
O item a ser incluído na segunda versão do plano traria o comprometimento dos acionistas em injetar os R$ 8 bilhões. "Por questão legal, acionistas têm preferência. Se eles não subscreverem na totalidade, vamos abrir direito de subscrever a alguns credores", afirmou, acrescentado que se refere aos detentores de títulos da companhia ("bondholders").
A injeção de recursos pelo aumento de capital teria como um dos focos projetos de fibra ótica. "Tem alguns projetos que identificamos que poderíamos investir, como os de fibra ótica para expandir a cobertura de móvel para mais cidades do Brasil. São projetos que nos interessa acelerar", disse.
Schroeder afirmou ainda que investidores interessados na companhia e que não estão no processo de recuperação judicial não devem ser contemplados pelo aumento de capital. "Não acho que saia algum desenho em que eles participem, acho pouco provável". Entre os interessados na operadora, estão os fundos de investimentos Cerberus e Elliott Management. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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