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Líder do DEM na Câmara defende que governo priorize reforma trabalhista

Daiene Cardoso

Brasília

20/06/2017 18h32

A derrota do governo na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado acendeu a luz amarela entre os governistas na Câmara. O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), concluiu que a rejeição do texto da reforma trabalhista mostra que o governo não pode gastar energia com duas matérias de peso em articulação no Congresso Nacional ao mesmo tempo. Para Efraim, é preciso esperar a aprovação da trabalhista para retomar a articulação da previdenciária na Câmara.

"Não dá para pensar em cronograma da Previdência sem concluir a trabalhista. É um desafio de cada vez", afirmou. Efraim admitiu que a derrota foi "impactante", mas que agora o governo precisa responder com fatos "e não com discursos".

Outros líderes aliados minimizaram a votação na CAS e disseram que o governo vai recuperar o estrago nas próximas etapas da tramitação. "É só a posição de uma comissão que deu parecer desfavorável. O que interessa é a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)", disse o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP). O parlamentar, que defende a retomada imediata das articulações para aprovar a reforma da Previdência, rechaçou a tese de que haverá repercussão negativa sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Câmara.

Relator da reforma trabalhista na Câmara, Rogério Marinho (PSDB-RN) não escondeu a frustração com a derrota de seu texto na CAS, mas acredita que o governo tem condições de reverter o resultado. "É ruim, claro. O que vale é o resultado final. A guerra não está vencida não", declarou.

Enquanto os governistas desconversavam sobre a derrota no Senado, os oposicionistas tripudiaram no plenário da Câmara. "Parece aqui um velório de fim de governo", ironizou o líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE). O petista lembrou que o governo não tem os 308 votos para aprovar a reforma previdenciária em dois turnos e disse que o presidente Michel Temer já não tem mais condições políticas de conduzir o governo. "Esse País caminha para o abismo", concluiu.