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Economistas preveem corte de 0,75 ponto na Selic em julho, indica Focus do BC

Fabrício de Castro

Brasília

26/06/2017 10h06

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de corte de apenas 0,75 ponto porcentual da Selic (a taxa básica de juros) em julho, para 9,50% ao ano. Esta expectativa consta na abertura dos dados do Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 26, pelo Banco Central.

O corte de 0,75 ponto já era a projeção mediana verificada em semanas anteriores, antes mesmo da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em 31 de maio. Na ocasião, a taxa básica caiu 1 ponto porcentual, para 10,25% ao ano. No entanto, no comunicado e na ata que acompanharam a decisão, o Copom sinalizou a intenção de promover redução menor da Selic em seu próximo encontro, em julho.

No dia 16, em entrevista exclusiva ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que o caminho da desinflação e da redução da taxa de juros "está dado". "Há um processo e eu não consigo ver mudanças tão radicais que possam afetar, neste momento, isso. A discussão, obviamente, é sobre o ritmo e a extensão. O que eu quero passar é que isso vai depender do desenvolvimento, tanto das reformas e dos ajustes quanto da inflação e da atividade. Nós vamos continuar olhando", disse.

PIB

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de recuo de 0,20% para o Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2017, ante o mesmo período de 2016. Isso é mostrado na abertura dos dados do Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central.

No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do PIB no primeiro trimestre deste ano: houve queda de 0,4% ante o mesmo período de 2016 e avanço de 1,0% ante o quarto trimestre do ano passado. No dia 9, o Banco Central divulgou os dados de seu Índice de Atividade (IBC-Br), que subiu 0,28% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. No trimestre encerrado em abril, ante o trimestre anterior (novembro a janeiro), o IBC-Br acumulou alta de 1,45%.

O Sistema de Expectativas do Mercado do Banco Central, atualizado nesta segunda, não traz as projeções das instituições para o PIB na margem - ou seja, para o segundo trimestre de 2017 ante o primeiro trimestre deste ano.

Inflação de 2009

A abertura dos dados do Relatório de Mercado Focus mostra também que as instituições financeiras seguiram projetando a inflação em 4,25% em 2019. Este porcentual é projetado desde o início de abril deste ano, sem alterações.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado na quinta-feira, 22, o Banco Central voltou a citar que, no Focus, a projeção de inflação encontra-se em torno de 4,25% para 2019 e horizontes mais distantes.

Esta citação da projeção de 4,25% para a inflação em 2019 nos documentos mais recentes do BC surge em um momento em que o Conselho Monetário Nacional (CMN) está perto de definir a meta para o IPCA em 2019. Essa decisão será tomada no encontro do CMN da próxima quinta-feira (29).

No mercado, a avaliação é que o conselho tenda a estabelecer uma meta mais baixa para 2019, de 4,25%, ante a meta de 4,5% de 2017 e 2018. Isso porque a inflação para 2019 já está ancorada em 4,25% e, na prática, o estabelecimento desta meta não traria nenhum custo adicional ao BC.