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ANP: negociação da cessão onerosa deve destravar R$ 240 bi de investimentos

Fernanda Nunes

Rio

27/06/2017 15h44

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, afirmou que, ao concluir as negociações da cessão onerosa, serão destravados R$ 240 bilhões em investimentos, relativos à atividade de 20 navios-plataforma.

A continuidade do trabalho nas áreas de cessão onerosa depende da conclusão do embate entre Petrobras e União sobre o valor de 5 bilhões de barris cedidos em 2010 pelo governo. Fontes que participam das negociações, ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmam que ainda não há uma conclusão sobre o valor e se o credor será a Petrobras ou União.

Em seminário promovido pela Firjan, Oddone informou ainda a expectativa de que as nove próximas rodadas gerem mais que US$ 80 bilhões em investimentos, dos quais US$ 30 bilhões no Rio de Janeiro.

Segundo o diretor-geral da ANP, nos roadshows promovidos no exterior, tem percebido que o interesse de investidores nos leilões é grande. Em sua opinião, a crise política não afeta o apetite das petroleiras.

"O que atrai os investidores é o preço internacional, o respeito aos contratos de longo prazo e a qualidade do que está sendo oferecido. A indústria petroleira no Brasil é muito importante", afirmou Oddone, acrescentando que também "há espaço para projetos de produção de combustíveis".

Ele ainda destacou a necessidade de estimular a atividade exploratória no Brasil. "Temos menos de 30 mil poços perfurados. A Argentina tem mais de 60 mil. Em que lugar do planeta podemos imaginar bacias sem perfuração? Temos que pensar nisso antes que (a indústria do) petróleo acabe. E vai acabar", argumentou.

O diretor-geral da ANP ainda citou medidas tomadas para estimular a atividade. Entre elas permitir a entrada de fundos de investimento no setor em parceria com petroleiras e a realização permanente de leilões de áreas de menor porte, o que deve ser iniciado no ano que vem.