CNC: porcentual de famílias endividadas recua pelo 2º mês consecutivo em junho
"A redução recente dos indicadores que apontam o porcentual de famílias endividadas sinaliza um ritmo ainda fraco de concessão de empréstimos e financiamentos para as famílias, bem como a redução na margem do custo de crédito", explica em nota a economista da CNC, Marianne Hanson.
Inadimplência em alta
Apesar da segunda queda mensal do porcentual de famílias endividadas, a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso teve aumento, alcançando 24,3% em junho, ante 24,2% em maio e 23,5% em junho de 2016.
A parcela de famílias que declararam não ter como pagar as dívidas, permanecendo inadimplentes, teve leve aumento na comparação mensal. Foram 9,6% em junho, ante 9,5% em maio. Na comparação anual, o indicador também cresceu 0,5 ponto porcentual. Segundo a CNC, o custo elevado do crédito e o patamar ainda alto do desemprego vêm impactando a capacidade das famílias pagarem as contas em dia.
Embora a proporção de famílias que se declararam muito endividadas tenha registrado leve alta na comparação mensal - de 13,7% para 13,8% -, na comparação anual houve queda de 1,2 ponto porcentual.
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas em junho de 2017 foi de 62,8 dias, superior aos 62,4 dias de junho de 2016. Em média, o tempo de comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 32,9% das famílias possuem dívidas superiores a um ano. Entre aquelas endividadas, 21,4% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
Para 76,9% das famílias com dívidas o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido de carnês (15,2%), crédito pessoal (11,1%) e financiamento de carro (10,1%).
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.
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