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Temer comemora resultado de votação da reforma trabalhista na CCJ

Alan Marques/Folhapress
Imagem: Alan Marques/Folhapress

Por Tânia Monteiro

Em Brasília

29/06/2017 01h03

O presidente Michel Temer estava no Palácio do Jaburu acompanhando a votação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e comemorou o resultado. "Os 16 a 9 votos na CCJ do Senado na modernização trabalhista comprovam que a base do governo continua firme e forte", disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Já o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Moreira Franco, resumiu o momento dizendo que, com este novo passo, na CCJ, "as mudanças necessárias para que o Brasil supere a maior crise econômica de nossa história avançam". Para o ministro, "este é o caminho que seguiremos sem vacilações pois é o caminho para recuperar os empregos e renda do povo trabalhador brasileiro".

O Palácio do Planalto já vinha considerando o dia positivo desde mais cedo. Primeiro, com a repercussão da dura fala de Temer na véspera, em reação à decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de denunciá-lo. O apoio dos parlamentares no dia anterior e a romaria de deputados e senadores durante a quarta-feira (28) sinalizavam que o presidente estava no caminho certo, informavam interlocutores, que já consideravam que o peemedebista tinha "saído das cordas".

Disseram, por exemplo, que deputados e senadores pediam cópia do pronunciamento de Temer, do dia anterior, que serviria de embasamento para a defesa do governo e deles próprios, para votar a favor do presidente, em suas bases.

"A onda está virando", comentou um outro assessor palaciano, ao listar resultados positivos de ontem. Nas redes sociais, a repercussão era considerada muito boa porque os comentários endossavam as críticas de Temer a Janot, principalmente condenando o acordo que beneficiou o empresário Joesley Batista, da JBS.

Outra vitória do governo foi a saída de Renan Calheiros da liderança do PMDB. Também foi considerado dado positivo o ministro do STF Edson Fachin não ter concedido os 15 dias que Janot queria para Temer se defender no Supremo, o que consideram apenas mais uma manobra do procurador para postergar a tramitação da denúncia.

Temer continua com pressa para votar e derrubar a proposta. Está convencido de que tem os votos necessários para rejeitar a denúncia. A nomeação de Raquel Dodge, a primeira mulher a assumir o cargo de procuradora-geral da República, também foi considerada uma boa nova.

Por fim, agradou o número de votos maior do que o esperado pelo governo, que chegou a pensar que poderia ser pelo apertado placar de 14 a 12. Depois de um mês de bombardeio dia pós dia, o presidente, de acordo com auxiliares, poderia dormir aliviado. Mas tanto Temer quanto seus assessores sabem que novos petardos estão sendo preparados por Janot - e muitas outras batalhas terão de ser vencidas.