Custos industriais têm ligeira alta de 0,1% no 1º trimestre, aponta CNI
O indicador de custos industriais é formado por custos tributários, com capital de giro e com a produção. De janeiro a março, o índice de custo com capital de giro caiu 5,2% na comparação com o quarto trimestre de 2016. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o indicador acumula uma queda de 19,5%.
"A atuação do Banco Central gerou a ancoragem das expectativas de inflação e possibilitou o atual movimento de redução responsável dos juros, sem gerar desequilíbrios inflacionários. A expectativa é que as reduções adicionais de juros continuem sendo repassadas às empresas", avalia a CNI em nota divulgada.
A pesquisa mostra que o índice de custo tributário teve queda de 3% no primeiro trimestre frente último trimestre do ano passado. Na comparação com igual período de 206, a queda foi de 8%.
Já o índice de custo de produção, que considera gastos com pessoal, energia e bens intermediários, registrou alta de 1% no primeiro trimestre do ano. Esse aumento foi impulsionado pelo aumento de 0,9% nos custos com pessoal e de 1,1% nos custos com bens intermediários. Já os custos com energia permaneceram estáveis. Segundo a CNI, a redução do custo de energia elétrica foi cancelada pelo aumento no custo com óleo combustível.
O gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, explica que o acompanhamento do indicador de custos industriais permite que as empresas comparem seus custos com a média nacional e façam ajustes nas contas. O indicador também antecipa movimentos nos preços dos produtos industrializados, segundo o economista. "Aumentos ou quedas expressivas nos custos podem indicar a alta ou a redução dos preços para o consumidor no curto prazo", afirma Fonseca.
Lucro
De acordo com a CNI, o primeiro trimestre de 2017 marca o sexto trimestre de descompressão de margens de lucro, com aumento nos custos industriais inferior ao crescimento nos preços dos produtos manufaturados. Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, os custos industriais caíram 2,2% enquanto os preços dos manufaturados tiveram alta de 3,2%. Como os preços subiram mais do que os custos, destaca a entidade, as empresas conseguiram recompor as margens de lucro das empresas.
A valorização cambial reduziu os custos com intermediários importados e contribuiu para a contenção dos custos industriais. Por outro lado, essa valorização cambial tem efeitos negativos sobre a competitividade dos produtos brasileiros, tanto no mercado doméstico quanto no internacional.
Segundo a pesquisa, a valorização do dólar no primeiro trimestre reduziu em 4,5% os preços em reais dos produtos importados no mercado interno. Os manufaturados de outros países que concorrem com os brasileiros no mercado internacional também ficaram mais baratos em reais. Assim, avalia a CNI, os produtos nacionais ficaram relativamente mais caros e menos competitivos.
A pesquisa mostra ainda que a valorização do dólar reduziu em 3,3% os preços em reais dos produtos manufaturados no mercado dos Estados Unidos. "A redução dos preços dos produtos manufaturados americanos junto com a estabilidade de custos industriais brasileiros indica perda de competitividade da indústria nacional no mercado externo no trimestre", diz o documento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.