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BC: houve alta do juro em fevereiro, mas tendência de longo prazo é de redução

Eduardo Rodrigues e Fernando Nakagawa

Brasília

26/03/2018 15h34

O chefe do departamento de estatística do Banco Central, Fernando Rocha, admitiu nesta segunda-feira, 26, que houve aumento dos juros em fevereiro, mas avaliou que a tendência de longo prazo seria de redução para essas taxas.

"Em fevereiro, houve aumento dos juros em algumas linhas, mas parte do aumento das taxas médias também se deve ao chamado efeito composição", afirmou. "Houve redução de volume no uso do cartão de crédito à vista, e aumento do cheque especial e do rotativo em fevereiro", acrescentou.

Como a taxa de captação dos bancos se manteve praticamente estável no mês passado, os spreads bancários cresceram em fevereiro. "Mas no longo prazo a tendência também é de queda", alegou Rocha. Ele também citou que a inadimplência segue estável em praticamente todas as modalidades.

Estoque

Rocha disse que a redução de 0,2% no estoque total de crédito em fevereiro está em linha com o comportamento sazonal do mês.

"Em fevereiro de 2017 isso também ocorreu. O comportamento do crédito livre também foi melhor que o do crédito direcionado, assim como o crédito das famílias está melhor que o crédito para as empresas", completou.

Segundo ele, os resultados de fevereiro mantiveram as tendências que já existiam no mercado de crédito nos últimos meses. "Essas tendências devem se manter, ou seja, o estoque de crédito deve voltar a crescer puxado por um maior dinamismo no crédito livre, principalmente nas concessões para pessoas físicas", projetou.

Rocha apontou que o saldo de cartão de crédito à vista diminuiu em fevereiro, enquanto os saldos de cheque especial e cartão de crédito rotativo aumentaram no mês passado. "Isso se contrabalançou, e os saldos com recursos livres para pessoas físicas ficaram praticamente estáveis no mês. Com recursos direcionados, houve expansão do crédito imobiliário", detalhou.

Já no crédito livre para as empresas, Rocha elencou operações significativas para o comércio exterior, mas sem grande impacto no saldo total para pessoas jurídicas. "No crédito direcionado, houve redução devido à queda nas operações do BNDES", acrescentou.