Alta do dólar pesa no bolso e exige mais planejamento
Quem está acompanhando o dólar porque vai viajar nas férias ou tem um intercâmbio no horizonte certamente tomou um susto na última semana ao ver a moeda bater a cotação mais alta dos últimos 16 meses, aos R$ 3,42.
Só nestes quatro meses do ano, o dólar comercial já subiu 7%. Apesar do cenário ser imprevisível, especialistas apontam que o dólar deve continuar em trajetória de alta, o que exige do consumidor poupar nos detalhes. Diante dessa nova perspectiva, "esperar baixar" pode custar caro.
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A cotação do dólar turismo, mais caro que o comercial, passou de R$ 3,38 em janeiro para um valor próximo de R$ 3,55 na última sexta-feira (13) --isso sem considerar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), de 1,1%.
Assim, uma família que pensa em ir para a Disney em junho, por exemplo, e deixou para comprar US$ 5.000 na sexta-feira, chegou a pagar R$ 800 a mais pela mesma quantia do que se tivesse comprado em janeiro.
No início do ano, era preciso desembolsar R$ 16.935. Já de acordo com a última cotação, desembolsaria R$ 17.780. Com a diferença, daria para comprar cinco perfumes importados, um modelo singelo do fone de ouvido Beats ou então sete das bonecas fenômeno do momento, LOL.
Vale a pena pesquisar
Se não foi possível se planejar com antecedência, ao menos pesquisar preços pode ajudar com alguma economia. Dados da plataforma Meu Câmbio mostram que a diferença de valor entre as casas de câmbio pode chegar a 29%.
Além da pesquisa pelas casas de câmbio, vale também pesquisar por lugares diferentes, aconselha o diretor de estratégia e inovação da Meu Câmbio, Mathias Fischer. Uma pessoa que sai de Fortaleza e vai passar por Guarulhos antes de viajar pode economizar até 2,5% se optar por comprar dólar em São Paulo.
De acordo com a cotação da plataforma, US$ 1.000 em Fortaleza (CE) sai em torno de R$ 3.646, enquanto que em Guarulhos fica cerca de R$ 3.556.
Os fatores que afetam a composição de preço são custos logísticos, de importação e gastos internos de atendimento das próprias corretoras, além da demanda. Em períodos de férias, esses custos podem ficar ainda mais altos.
O superintendente de varejo do Grupo Confidence, Juvenal dos Santos, aconselha os viajantes a planejar e acompanhar o mercado de câmbio com um prazo de três meses antes do embarque, sobretudo em períodos de mais volatilidade na moeda.
Assim, a pessoa comprará moeda com cotações ao longo do tempo e no fim do período terá um valor médio da compra - nem muito alto e nem muito baixo.
Este ano, caso já tenha algum recurso, o indicado é já ir poupando em moeda estrangeira, mesmo que seja de pouquinho em pouquinho. Para quem tem medo de deixar dólar guardado em casa, ele aconselha fazer a poupança no cartão pré-pago.
Expectativa
Quem viu a moeda americana oscilar entre R$ 3,20 e R$ 3,30 no ano passado, agora verá num degrau acima --entre R$ 3,30 e R$ 3,40, aponta o economista da Guide Investimentos, Ignacio Crespo.
Na última sexta-feira, o dólar à vista voltou a fechar em alta, cotado cerca de R$ 3,40. A moeda encerrou o dia cotado a R$ 3,4263, com valorização de 0,49%, na maior cotação desde 2 de dezembro de 2016.
Crespo explica que a proximidade de uma eleição com candidatos mais incertos do que em anos anteriores e o cenário externo apreensivo --com o embate entre Estados Unidos e China e a ofensiva americana na Síri--, deixam o mercado mais apreensivo.
A aposta mais certeira para o economista da Guide é que o dólar não deva voltar ao patamar visto no mês de janeiro tão cedo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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