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Cadeia de sucata de ferro já perde R$ 200 milhões com greve dos caminhoneiros

Victoria Abel, especial para AE

São Paulo

29/05/2018 17h56

Com protestos de caminhoneiros chegando ao nono dia, empresas que processam e vendem sucata ferrosa para usinas siderúrgicas no Sul e Sudeste do País já calculam um prejuízo equivalente a um terço de seu faturamento mensal, ou cerca de R$ 200 milhões. Desde o início da greve, todo o material carregado nos caminhões e encaminhados às usinas ficou parado na estrada, segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa).

"As sucatas de ferro andam em média 600 km para sair de São Paulo e atender a demanda de usinas de aço nos Estados vizinhos, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina", conta Alvarenga, ao explicar que tanto as manifestações nas estradas, quanto a falta de combustível têm afetado o transporte de sucatas até o destino final e deixam toneladas do produto estocadas.

O presidente também ressalta que o dano causado pela greve não está apenas no material que não é escoado para as usinas, mas que as empresas também estão com problema no próprio processo de reciclagem. Ou seja, a coleta de sucatas nos pequenos depósitos de materiais, nas indústrias metalúrgicas e automobilísticas, por exemplo, não estão ocorrendo. "Parte desses pequenos depósitos estão na periferia da cidade e precisaríamos utilizar o Rodoanel para chegar até eles."

Cerca de 400 mil toneladas de sucata ferrosa são recolhidas ao mês pelas empresas, para serem adensadas, processadas e enviadas às usinas, de acordo com Alvarenga. São as chamadas sucatas de obsolescência, encontradas nos pequenos depósitos de catadores, como geladeiras, fogões e peças de carro em desuso, e as sucatas de geração, aquelas que vêm das rebarbas do que é produzido pelas indústrias.