Grupos de WhatsApp de caminhoneiros têm até oferta de frete
Com alguns trechos desbloqueados pelo País, o sentimento de muitos motoristas era de que estão "morrendo na praia", como se não tivessem conquistado nada. Até áudios com a informação de que o presidente Michel Temer havia vetado a queda de R$ 0,46 do diesel circularam pelo aplicativo, o que gerou uma onda de indignação.
O tom dos discursos nesta quarta-feira, 30, era um misto de decepção e inconformismo. Em vídeos gravados em vários locais do País, lideranças ainda tentavam manter o ânimo dos caminhoneiros para que continuassem parados, pelo menos, até esta sexta-feira, dia 1º. Vários deles faziam boletins para mostrar como estava cada ponto de paralisação pelo País.
"Muitos estão desanimados, sem roupa limpa, sem dinheiro e cansados. Mas a determinação é ficar até sexta-feira na estrada. Ou se ganha ou se perde a guerra, não tem meio-termo", discursava um caminhoneiro, em áudio enviado nos grupos. A maioria deles prefere gravar a escrever textos. Desde a semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo participa de três grupos de caminhoneiros, sendo cada um deles com cerca de 300 participantes.
Intervenção
Durante a greve, os discursos mudaram várias vezes. Até o acordo anunciado pelo presidente Michel Temer, no domingo, a reivindicação girava em torno do preço do diesel e do pedágio. Mas, depois do pacote, um "espírito nacionalista" tomou conta dos grupos da categoria, que viam na intervenção militar a solução para todos os problemas.
Até segunda-feira, havia caminhoneiros que acreditavam na tese de que, passados sete dias e seis horas da greve, o Exército poderia assumir o poder. O prazo acabou e não houve intervenção. Isso fez com que a "lua de mel" dos caminhoneiros com o Exercito acabasse. "Eles também são uns vendidos, estão com o governo", afirmavam nas mensagens.
Nesta quarta-feira, com os grupos mais esvaziados, a maioria demonstrava irritação pela falta de apoio da população, apesar da notícia de que 87% dos brasileiros apoiam a greve. "São favoráveis à paralisação, mas correm para fazer filas nos postos e encher o tanque do carro", reclamava um deles. Outro dizia: "Vou embora para minha casa porque esse povo não merece meu esforço".
Houve até alguns participantes mais radicais pedindo ajuda de criminosos para quebrar e botar fogo nos carros de quem estava na fila dos postos para abastecer. "Vamos chamar os meninos do mal e mandar colocar fogo nos carros na fila", incitava um participante, por meio de áudio.
Convocação
Para os caminhoneiros, o povo deveria ajudá-los a fazer uma greve geral. "Todos deveriam chegar em suas empresas, conversar com os colegas de trabalho e pararem. Vão todos para a rua e nos apoiem." Uma manifestação no País inteiro estava sendo convocada nesta quarta pelos integrantes dos grupos: "Repassem essa mensagem para o máximo de grupos que vocês tiverem. Precisamos parar o País", insistiam.
As mensagens de apelo para que a sociedade apoiasse a categoria tomou conta de boa parte das postagens nesta quarta. O objetivo: "Derrubar o governo por um Brasil melhor". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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