PMI industrial do Brasil cai a 50,7 em maio, menor nível em 10 meses, diz Markit
A economista da instituição Pollyana de Lima afirma que a greve dos caminhoneiros deve impedir qualquer recuperação imediata do setor, que pode "mergulhar" novamente em contração em junho.
"O setor industrial do Brasil deu mais um passo para trás em maio, com os dados da pesquisa do PMI mostrando uma desaceleração ampla no crescimento. Uma combinação de depreciação da moeda, de instabilidade política latente e de aumentos dos preços das mercadorias básicas colocou a economia na corda bamba", afirma.
No mês passado, a avaliação sobre as condições de negócios foi o único critério que mostrou melhora e foi apenas marginal, segundo a IHS Markit. Na análise por subsetor, o de bens intermediários foi o que teve melhor desempenho, enquanto o de bens de investimento teve a pior pontuação.
O volume de novos pedidos cresceu da forma mais fraca em 15 meses, afirma a instituição, e os empresários mencionaram que houve "problemas políticos prolongados". Além disso, as encomendas do exterior caíram. Assim, a pesquisa reporta que os estoques aumentaram pelo segundo mês consecutivo.
Segundo a IHS Markit, a produção continuou em alta para terminar negócios pendentes, mas também teve o menor ritmo em um ano e três meses. O ritmo de contratações também arrefeceu, conforme a pesquisa, sendo o menor desde início do ano.
Além disso, a sondagem mostra que o custo dos insumos teve a segunda maior alta desde meados de 2016, com os entrevistados relatando aumento de combustíveis, gás, metais e petróleo. Dessa forma, os fabricantes tiveram que aumentar os preços de venda, levando a taxa de inflação a um pico de 27 meses, que ficou bem acima da média de longo prazo, ressalta a IHS Markit.
Diante desse quadro, o levantamento mostrou que os empresários da indústria seguem otimistas, mas o sentimento positivo caiu em maio. "As preocupações com a demanda básica fraca e as condições desafiadoras de mercado pressionaram o nível de otimismo."
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