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Kuroda, do BoJ, contrasta com Fed e BCE e reitera postura acomodatícia

Tóquio

15/06/2018 05h18

O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, reiterou sua postura acomodatícia nesta sexta-feira com o argumento de que o país asiático não está preparado para falar sobre retirada de estímulos, apesar da tendência de aperto monetário em outras grandes economias.

"É apropriado que o Japão continue o atual relaxamento monetário pacientemente", comentou Kuroda durante coletiva de imprensa. "A divergência de políticas monetárias (entre o BoJ e outros bancos centrais) reflete diferentes condições econômicas e de preços em cada país", acrescentou.

Mais cedo, o BoJ decidiu manter sua política inalterada, tornando-se o único grande banco central a permanecer numa trajetória de relaxamento monetário. Desta forma, a taxa de depósitos de curto prazo do BC japonês continua em -0,1% e a meta para o juro dos bônus do governo japonês (JGBs) de 10 anos permanece em torno de zero. Além disso, o BoJ reafirmou o compromisso de continuar comprando JGBs em um ritmo anual de 80 trilhões de ienes.

Na quarta-feira (13), o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) elevou seus juros básicos pela segunda vez este ano e preparou o terreno para mais dois aumentos no segundo semestre. Já ontem, o Banco Central Europeu (BCE) revelou planos de retirar gradualmente seu gigantesco programa de compras de ativos, conhecido como QE, até o fim do ano.

Kuroda ressaltou que, como nos casos do Fed e do BCE, os dois principais assuntos com os quais o BoJ terá de lidar quando chegar o momento de retirar sua agressiva política de estímulos serão os juros de curto prazo em níveis extremamente baixos e seu balanço patrimonial expandido.

"Faremos a comunicação apropriada no momento apropriado", disse o chefe do BoJ. "Só confundiríamos os mercados se falássemos sobre detalhes (de uma estratégia de saída da política atual), sendo que ainda não atingimos tal estágio", argumentou.

Kuroda disse também que o BoJ está monitorando cuidadosamente o impacto das taxas baixas no sistema bancário japonês. Ele destacou, porém, que ainda não vê problemas no setor e que não há necessidade imediata de ajustes na política em vigor.

Kuroda repetiu também que o BoJ espera que a inflação japonesa se mova em direção a sua meta de 2% e que, se preciso, a instituição ajustará sua política para manter o ímpeto dos preços.

No momento, contudo, o BoJ não tem planos de fazer uma nova ampla reavaliação de sua política, segundo Kuroda. Fonte: Dow Jones Newswires.