Com greve, exportação cai pela 1ª vez desde 2016
O resultado das transações correntes reflete a relação do Brasil com os países nas áreas comercial (exportações menos importações), de serviços e de renda. "As exportações foram afetadas pela greve dos caminhoneiros. Elas caíram 2,8% em maio deste ano em relação a maio de 2017, na primeira redução desde dezembro de 2016", pontuou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, ao apresentar os dados.
No mês passado, as exportações somaram US$ 5,6 bilhões, sendo que esse resultado se deve em grande parte ao movimento nas três primeiras semanas de maio, quando a greve dos caminhoneiros ainda não havia começado. Em maio de 2017, as exportações haviam sido de US$ 7,4 bilhões. Na prática, como as exportações travaram, entraram menos dólares no País.
Rocha destacou ainda que, nas três primeiras semanas do mês, a média diária de exportações foi de US$ 1,1 bilhão. Nas duas últimas semanas, porém, já com a greve, a média diária de exportações caiu cerca de 37%, para US$ 671 milhões.
Por outro lado, segundo Rocha, o efeito da greve tende a se dissipar ao longo do tempo. "Este mês, a recuperação das exportações ocorreu de forma gradual. Na primeira e na segunda semana de junho, ainda houve exportações abaixo da média pré-greve dos caminhoneiros." Com a recuperação a ser vista nas semanas seguintes, a estimativa do BC para a conta corrente em junho é de estabilidade.
No ano, até maio, o País registra déficit em conta corrente de US$ 4,02 bilhões. A cifra não preocupa, já que a conta de Investimento Direto no País (IDP) - que diz respeito aos aportes produtivos de investidores estrangeiros - mostra que o Brasil já recebeu US$ 23,3 bilhões em 2018 até maio.
Viagens
O dólar mais caro já faz com que os brasileiros sejam mais cautelosos nos gastos em viagens no exterior. Os dados do Banco Central mostram que as despesas de turistas em viagens internacionais cresceram 8% em maio na comparação com maio de 2017. O ritmo é inferior ao observado nos quatro primeiros meses de 2018, quando as despesas cresciam a uma velocidade próxima de 11%.
"Está havendo, de fato, desaceleração no ritmo das despesas nas viagens internacionais. Isso é esperado diante da desvalorização do câmbio", disse Rocha, ao comentar que o dólar alto normalmente reduz o ritmo do crescimento das despesas antes de diminuí-las.
Em maio, quando o dólar turismo subiu 6,66% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil restultou em saldo negativo de US$ 1,2 bilhão. Em igual mês de 2017, o déficit nessa conta foi de US$ 1,1 bilhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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