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Metalúrgicos vão apelar ao governo para vetar negócio

Luciana Dyniewicz

São Paulo

06/07/2018 07h20

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, cidade paulista onde fica a maior fábrica da Embraer, vai pedir ao presidente Michel Temer e ao Congresso Nacional que vetem a operação de venda de 80% da área de jatos comerciais da empresa brasileira para a Boeing. Segundo o presidente do sindicato, Weller Gonçalves, a operação colocará em risco cerca de 25 mil empregos.

A unidade da Embraer em São José dos Campos emprega 13 mil pessoas, segundo o sindicato. Os outros 12 mil trabalhadores atuam em áreas terceirizadas, como limpeza e alimentação, e em 40 empresas metalúrgicas que prestam serviços para a fabricante de aviões. "Isso tudo está em risco", disse. "Desde 2015, a Embraer está desnacionalizando a produção. Uma parte foi transferida para Portugal e para Estados Unidos (onde a companhia também tem fábricas). Agora, os novos projetos da empresa não vão vir para cá, vão para os EUA", afirmou.

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Detalhes

O comunicado sobre o acordo entre as duas empresas foi enviado aos trabalhadores na quinta-feira (5), às 7h52, 15 minutos antes de a imprensa ser notificada. No documento, assinado por Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente da Embraer, a empresa informou que os funcionários que atuam 100% na área de jatos comerciais serão deslocados para a nova companhia.

Trabalhadores cujas funções são divididas entre mais de uma unidade de negócios (aviação comercial e militar, por exemplo) serão remanejados conforme as necessidades. Essas alterações só deverão ocorrer daqui 18 meses, período necessário para que os detalhes do acordo sejam fechados.

Silva também informou que as unidades em Gavião Peixoto (SP), Botucatu (SP), Eugênio de Melo (principal centro de engenharia da empresa em São José dos Campos), OGMA (Portugal) e Melbourne (unidade de aviação executiva nos EUA) permanecem com a Embraer. Já as unidades Faria Lima e Embraer Divisão de Equipamentos (EDE), ambas em São José dos Campos, que fabrica itens como trens de pouso, Taubaté (SP), Évora (Portugal) e Nashville (EUA) serão da nova empresa. A Embraer será detentora de 20% dessa companhia e a Boeing de 80%.

O presidente da Embraer afirmou ainda que o movimento de associação de empresas no mercado em grandes blocos está "dificultando a negociação" para companhias do porte da Embraer. "Precisamos ter flexibilidade e ousar novos formatos de negócios para que possamos nos manter competitivos no mercado", disse o executivo no comunicado. Silva acrescentou que a parceria garantirá a "geração de empregos" no País. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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