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Aneel aprova reajuste de 45,52% na receita de hidrelétricas antigas

Anne Warth

Brasília

17/07/2018 13h17

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta terça-feira (17) um reajuste de 45,52% na receita das usinas hidrelétricas mais antigas, que atuam pelo modelo de cotas. O aumento terá efeito médio de 1,54% na conta de luz.

O impacto será variado conforme a distribuidora, mas será de, no mínimo, 0,02% e, no máximo, 3,86%, disse o diretor Sandoval de Araújo Feitosa. O repasse será feito no aniversário do reajuste ordinário de cada distribuidora.

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O impacto tarifário é reduzido porque essas usinas representam, em média, 22,64% do mix de compra de energia das distribuidoras, que inclui também termelétricas, usinas nucleares, hidrelétricas mais novas, eólicas, solares, entre outras fontes.

"Isso depende da cota que a distribuidora tem contratada e também depende de quando é o aniversário de cada reajuste", afirmou o distribuidor.

A receita anual de geração dessas empresas passa de R$ 5,459 bilhões para R$ 7,944 bilhões. A nova tarifa dessas usinas, com tributos, passa de R$ 64,62 por megawatt-hora (MWh) para R$ 101,18 por MWh. Os novos valores serão válidos de 1º de julho deste ano a 30 de junho de 2019.

Parcela paga ao Tesouro tem impacto maior

O maior impacto do reajuste de 45,52% diz respeito ao bônus de outorga, que corresponde a 17,12 pontos porcentuais. O bônus de outorga é a parcela paga ao Tesouro pelas empresas que arrematam as usinas em leilão, que é embutido na tarifa e reajustado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial.

O reajuste será aplicado a 69 usinas, cujas concessões foram renovadas nos termos da Medida Provisória 579/2012, atual Lei 12.783/2013. Esse modelo foi o que permitiu a redução de 20% na conta de luz durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Na época, em troca da renovação antecipada das usinas por mais 30 anos, as geradoras aceitaram reduzir as receitas com a venda de energia e receber uma remuneração correspondente apenas à operação e manutenção. O regime foi aplicado a 36 usinas, mas não incluía uma parcela para reformas e melhorias, incluída hoje.

Depois, em 2015, outras 29 foram leiloadas pelo governo, mas a tarifa já incluía bônus de outorga para o Tesouro Nacional, de R$ 17 bilhões, e uma parcela para reformas e melhorias. Em 2017, o governo leiloou outras quatro usinas, também com outorga de R$ 11 bilhões, mais a parcela de melhorias.

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