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Marun: saída de Jucá da liderança não afeta negociações sobre linhão de Tucuruí

Mariana Haubert

Brasília

27/08/2018 19h35

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun, afirmou nesta segunda, 27, que a saída do senador Romero Jucá (MDB-RR) da liderança do governo no Senado não prejudicará as negociações em curso para a construção do chamado "linhão" de Tucuruí, que permitirá a integração do Estado de Roraima ao sistema elétrico nacional. Hoje o Estado depende de energia venezuelana, cuja transmissão tem sofrido interrupções.

Jucá tem sido um dos principais articuladores para viabilizar a construção do linhão. Na semana passada, o senador participou de uma reunião no Palácio do Planalto que tratou da questão. "O senador foi e continua sendo protagonista nesta questão do linhão, cuja solução ficou praticamente alinhavada", afirmou Marun.

Presidente nacional do MDB, Jucá anunciou nesta tarde que deixou o cargo por discordar da forma como o governo federal está tratando a questão dos venezuelanos em Roraima. Ele disse que, como líder, não poderia cobrar e reclamar do governo nesta questão. "Nós vamos, nos próximos dias, certamente neste governo, iniciar a obra de implantação desta que é a solução. A solução não passa pela Venezuela. A solução chegará através deste linhão, onde houve uma grande participação do senador Jucá. Não é pelo fato de ele deixar de ser o líder do governo que o linhão deixa de ser prioridade nossa", disse.

Questionado sobre o que o governo pretende fazer diante dos rumores de que a transmissão de energia da Venezuela poderia ser interrompida, Marun afirmou que é preciso separar "o que é torcida do que é realidade". "O governo não tem informação no sentido de uma suspensão no fornecimento de energia a Roraima através desta termelétrica venezuelana", disse.

Na semana passada, no entanto, o Palácio do Planalto foi informado sobre a possibilidade de interrupção do fornecimento de energia pela Venezuela por causa de uma dívida de US$ 30 milhões. Segundo Marun, a questão já está sendo resolvida pelo governo, mas, devido à própria instabilidade do país vizinho, as autoridades brasileiras estariam tendo dificuldades em concluir o pagamento.

"Essa é uma questão na forma de pagamento. Estamos vendo como pagar. Em função da própria instabilidade venezuelana, estamos tendo dificuldade para concretizar esse pagamento. Mas isso será resolvido, eu tenho certeza que não haverá essa suspensão de fornecimento, até porque esse fornecimento e a venda de energia interessam também à Venezuela."