Crescem os riscos para fazer negócios no Brasil, aponta KPMG
A constatação vem da última edição do estudo de gerenciamento de riscos da KPMG, que contabilizou 6.980 riscos mencionados nos Formulários de Referência (documento exigido pela CVM) das companhias.
O resultado mostra um aumento de 32% em relação ao divulgado em 2017, quando as empresas listaram 5.280 riscos nesses documentos. Foi a primeira alta no número dos riscos divulgados verificada pela consultoria nesse tipo de levantamento. Em 2016, foram anunciados 5.432 riscos e, em 2014, 5.807.
Além do cenário mais conturbado, o maior ativismo dos executivos em transparecer as ameaças também explica o aumento, afirma o sócio da KPMG Sidney Ito. "Há uma maior preocupação dos administradores sobre potenciais punições, litígios ou risco à imagem caso um fator de risco deixe de ser divulgado e ele se efetive e tenha efeito negativo no negócio da empresa", avalia.
Essa precaução é comprovada por outro dado da pesquisa: os setores mais regulados foram os que apresentaram maior porcentual de companhias com área específica dedicada ao gerenciamento de riscos. Este índice chega a 100% nas empresas de telecomunicações, 78% no setor financeiro e 77% nas empresas de utilidade pública.
Os riscos identificados este ano estão divididos em consumo cíclico (1.844), financeiro (1.130), bens industriais (994), utilidade pública (983), materiais básicos (548), consumo não cíclico (545), saúde (410), tecnologia da informação (214), petróleo, gás e biocombustíveis (204), e telecomunicações (108).
Espaço para melhora
Para Sidney Ito, ainda há espaço para avanço na implantação da estrutura de gerenciamento de riscos, na identificação dos principais fatores e na qualidade das informações sobre o tema. "Gerenciar riscos não é gerenciar somente problemas, mas também oportunidades de crescimento, modernização e diferenciação da concorrência. Aqueles que encararem o tema com essa percepção assumirão a dianteira", completa.
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