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Setor de Serviços está em processo muito lento de recuperação, diz IBGE

Daniela Amorim

Rio

16/10/2018 12h55

Embora tenha avançado 1,2% na passagem de julho para agosto, o setor de serviços "está em processo muito lento ainda de recuperação, ainda em campo negativo", afirmou Rodrigo Lobo, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O avanço sucede uma queda de 2,0% registrada em julho ante junho, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços. Com o desempenho de agosto, os serviços estão 0,6% acima do patamar de abril, antes que a greve dos caminhoneiros impactasse o setor, mas ainda retornam ao mesmo nível de dezembro de 2017. Ou seja, apesar da base de comparação depreciada, o volume de serviços prestados não decolou desde o fim do ano passado.

"O setor de serviços vem com um avanço que supera o patamar pré-greve de caminhoneiros, mas quando a gente vê os últimos meses de 2017, ele está no mesmo nível", ressaltou Lobo. "Todos os pequenos crescimentos que a gente observa ainda são incipientes para trazer o setor de serviços para o campo positivo. O setor de serviços não está estagnado, ele está em processo muito lento ainda de recuperação, ainda em campo negativo", completou.

No acumulado de janeiro a agosto de 2018, os serviços ainda estão negativos, apesar da base de comparação deprimida. Em três anos seguidos de perdas (2015, 2016 e 2017), os serviços acumularam uma queda de 11%, lembrou Lobo.

Na série com ajuste sazonal, o setor de serviços cresceu em três meses no ano de 2018, movimento que não ocorria desde 2014: agosto (1,2%), junho (4,9%) e abril (0,9%).

"Aumenta a frequência de taxas positivas, mas ainda com muita volatilidade. Alguns indicadores antecedentes de setembro apontam para algum tipo de recuo", apontou Lobo, citando como exemplo a queda na confiança do setor e a redução no fluxo de veículos pesados nas rodovias, entre outros.

A volatilidade mais acentuada nos últimos meses ainda é reflexo da greve dos caminhoneiros, que se prolongou por 11 dias ao fim do mês de maio, disse o gerente do IBGE. Um dos setores mais influentes, os transportes mostraram avanço de 3,2% em agosto ante julho, puxando a média global dos serviços prestados no período. O bom desempenho, no entanto, não foi suficiente para compensar a perda de 3,9% registrada pelo segmento de transportes no mês anterior, observou Lobo.