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'Black Friday' do varejo atrai milhares de pessoas a supermercados do RJ

Daniela Amorim

Rio

19/10/2018 11h42

"Ão, ão, ão, abre logo esse portão!", gritava a multidão ansiosa à espera da abertura de um supermercado em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Trata-se do aniversário da rede Guanabara, uma espécie de Black Friday do varejo mercadista brasileiro.

Milhares de consumidores fizeram fila nas portas das filiais do grupo desde a madrugada. No primeiro dia de promoções, que marcam a campanha pelo 68º aniversário da rede fluminense, são esperadas 400 mil pessoas nas 26 unidades espalhadas pelo Estado do Rio.

O movimento estimado pela rede é seis vezes maior que o habitual, além de representar um crescimento de 20% em relação ao evento do ano anterior. Nos três primeiros dias de ofertas, a expectativa é que a rede receba mais de 1,1 milhão de consumidores.

O chefe de reposição de estoques Thiago Tavares, de 36 anos, trabalha em um supermercado concorrente, mas madrugou na porta do Guanabara de São Gonçalo com a mulher Renata para comprar insumos para a fabricação de bolos, atividade que garante parte do sustento da família.

"Chegamos aqui umas 4h40", contou Tavares. "Todo ano eu digo que não venho mais, mas acabo vindo. Compensa muito", disse ele, o primeiro na fila de dezenas de carros à espera da abertura do estacionamento do supermercado.

A aposentada Maria Aparecida de Souza conta que vem do Espírito Santo para aproveitar as promoções. "São mais de cinco horas e meia de viagem", contou Maria Aparecida. "Venho todo ano", afirmou.

Na loja de São Gonçalo, 30 mil pessoas devem disputar nesta sexta-feira, 19, os produtos em liquidação, que incluem pacote de biscoito recheado a R$ 0,99, um litro de leite longa vida a R$ 1,99, um litro de óleo de soja a R$ 2,77, um quilo de açúcar a R$ 1,49 e um tubo de creme dental a R$ 0,87. Nos corredores, o engarrafamento de carrinhos de compras mal permitia a movimentação dos consumidores.

O aposentado Jorge Luiz Campos levou dois filhos e uma irmã para ajudar nas compras. Enquanto ele aguardava na fila do caixa, os demais corriam pelos corredores dos supermercados usando caixas de papelão para recolher os produtos com os melhores preços. A família pretendia preencher quatro carrinhos com sabão em pó, papel higiênico e mantimentos.

"Se fizermos uma boa compra, dura uns três meses sem precisa comprar nada", justificou Campos.

Na capital, o movimento atípico de consumidores obriga o poder público a investir em operações extraordinárias de agentes de segurança e organização de trânsito. A Guarda Municipal do Rio de Janeiro preparou um esquema especial ao redor das 17 lojas consideradas mais críticas nas zonas Norte e Oeste da cidade. A ação conta com 32 guardas para "mitigar possíveis impactos na fluidez do trânsito da cidade", informou a Guarda Municipal.

A Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) também montou uma operação especial para organização do trânsito nas imediações de unidades da rede, com controladores de tráfego para orientação de motoristas e pedestres, sinalização e até interdição de faixas em vias dos arredores dos supermercados.

Já a Secretaria de Ordem Pública distribuiu reboques em pontos estratégicos na área de abrangência do evento para reprimir o estacionamento irregular.

A campanha de aniversário da rede de supermercados, que se estende por 43 dias, consumiu este ano R$ 35 milhões. Foram contratados quatro mil funcionários temporários, sendo, ao todo, 22 mil trabalhadores mobilizados para o evento.

Os estoques para a campanha incluem 45 milhões de latas de cerveja, 24 milhões de sabonetes, 21,5 milhões de unidades de leite condensado, 21 milhões de frascos de detergente, 14,4 milhões de pastas de dente, 10,5 milhões de sacos de feijão e 6 milhões de potes de margarina, entre outros itens populares na cesta básica dos brasileiros.