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Itaú BBA: reforma da Previdência não passar é o cenário menos provável

Aline Bronzati

São Paulo

17/12/2018 15h01

O diretor-geral de Atacado do Itaú Unibanco, Caio Ibrahim, que presidirá o Itaú BBA no ano que vem, espera que a reforma da Previdência passe no próximo ano. Além dela, conforme ele, outras reformas são importantes e devem ser priorizadas no próximo governo.

"Novo governo assume com economia melhor, juros e inflação baixos, mas a necessidade de ajuste fiscal permanece e deve ser endereçada para que os investimentos e o País possam crescer mais", disse Ibrahim, em conversa com a imprensa, nesta tarde de segunda-feira, 17.

O Itaú BBA espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,3% neste ano e 2,5% no próximo. A inflação, medida pelo IPCA, deve ficar em 3,8% e 3,9%, respectivamente. A taxa de juros básica do País, a Selic, deve se manter estável 6,5% no ano que vem, segundo as projeções do Itaú BBA.

Ibrahim afirmou que, se a reforma da Previdência não passar, o cenário para o Brasil muda. Ponderou, contudo, que esse é o "cenário menos provável".

"Estamos acompanhando com cuidado o cenário de articulação do novo governo. Olhamos o cenário com confiança e otimismo, mas com realismo. O cenário de não aprovação da reforma da Previdência é menos provável", avaliou ele.

A favor, o novo governo, conforme Ibrahim, tem o fato de a economia brasileira estar em condições melhores neste fim de ano, com inflação e juros baixos. "O final do ano está bastante bom. A economia está ajustada, mas falta o fiscal", destacou o executivo.

A expectativa de crescimento mais acelerado da economia brasileira em 2019 e a aprovação das reformas necessárias devem contribuir para acelerar a retomada do crédito corporativo, que atualmente tem sido motivado mais pelas pequenas e médias empresas por conta da necessidade de capital de giro, na opinião dos executivos do Itaú BBA. Os projetos, conforme o presidente do Itaú BBA, Eduardo Vassimon, já "saíram da gaveta e estão em cima da mesa" à espera de um ambiente mais favorável para serem colocados em prática.

O executivo mencionou a necessidade de aprovação da reforma da Previdência para que esse mercado, tanto do lado do crédito como no mercados renda fixa e variável, tenha mais tração. "Já há um amadurecimento da sociedade em relação à necessidade da reforma da Previdência. As pessoas entendem melhor a importância do tema hoje. A maturidade da reforma da Previdência na sociedade faz com que tenhamos expectativa mais positiva quanto à aprovação", acrescentou ele.