Crise de sucessão adia saída de Falconi
O consultor, de 78 anos, diz que mais de uma crise o levaram a cancelar a aposentadoria. Uma delas foi a morte em 2017 do conselheiro Edson Bueno, fundador da Amil, explica. Outra foi o afastamento, também em 2017, do ex-presidente Mateus Bandeira.
O executivo havia sido contratado para tornar a consultoria conhecida globalmente, além de transformá-la em uma "partnership", nos moldes das grandes consultorias globais, como a McKinsey. Nesse sistema, os consultores seniores viram sócios após análises de seus resultados e, quando chegam a certa idade, vendem sua participação para profissionais mais novos.
A aposentadoria de Falconi incluiria, portanto, seu afastamento completo do conselho de administração e a venda de toda sua participação. Dois anos antes da data de aposentadoria, porém, parte dos sócios da Falconi reclamou dos métodos de Bandeira, tido como autoritário. O executivo acabou deixando a empresa e, na esteira, Falconi voltou a se envolver mais nas decisões da companhia. O consultor destaca que tem atuado apenas no conselho e que essa função deve diminuir.
Procurado, Bandeira não quis se pronunciar.
Segundo a atual presidente, Viviane Martins, em até dois anos a Falconi deverá estar mais azeitada, permitindo que o consultor participe menos das reuniões de conselho. Até lá, a consultoria precisará aperfeiçoar o método de avaliação de funcionários para poder montar um novo plano sucessório. A executiva diz que a transformação da consultoria em uma "partnership" continua, mas sem prazo para conclusão.
Exterior. Além do novo sistema de avaliação dos funcionários, a Falconi tem focado na internacionalização. O projeto de crescer primeiramente nos Estados Unidos - plano de Bandeira - foi colocado de lado. A prioridade passou a ser Canadá e México e, agora, Europa deverá ser fortalecida com a abertura de um escritório - Portugal, Espanha, Bélgica e Holanda estão sendo estudados para receber a unidade, ainda em 2019.
A chegada de Viviane à presidência, em outubro de 2018, evidencia a intenção da Falconi em ampliar a atuação internacional. A executiva trabalhou antes como responsável por grande parte dos projetos no exterior.
Hoje, de acordo com Viviane, cerca de 25% do faturamento já vem do exterior. O objetivo é chegar a 50% em até cinco anos. Fontes próximas à empresa, entretanto, veem esses números com descrédito, dada a dificuldade de competir com grandes nomes do setor, como McKinsey, BCG e Bain.
A maior parte dos clientes internacionais ainda é de companhias que já trabalham com a consultoria no Brasil, mas há algumas empresas que não tinham tido contato com a matriz. "Essas companhias nos procuram, principalmente, pela nossa capacidade de implementação. Em um dos nossos maiores clientes na Europa, entramos para fazer o desdobramento de estratégia criada por outra consultoria", afirma Viviane. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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