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Projeções de crescimento do Brasil consideram respeito ao teto de gastos, diz FMI

Ricardo Leopoldo, correspondente

Nova York

25/01/2019 14h14

As projeções de crescimento do Brasil de 2,5% em 2019 e de 2,2% em 2020 pelo Fundo Monetário Internacional consideram que o teto de gastos federais será respeitado nestes anos, comentou Alejandro Werner, diretor do departamento de hemisfério ocidental do FMI.

"A aprovação da reforma da Previdência Social é elemento importante para o cumprimento do teto de gastos. Esta implícito em nossa avaliação a reforma da Previdência ou outras mudanças que viabilizariam o teto", afirmou, ao responder pergunta do Broadcast.

"Esta implícita em nossa avaliação a reforma da Previdência ou outras mudanças que viabilizariam o teto", afirmou o diretor do departamento de hemisfério ocidental do FMI.

Werner ressaltou que a reforma da Previdência Social é um fator-chave para levar as finanças públicas do País para um nível sustentável. "A dívida pública no Brasil é muito alta e tende a avançar nos próximos anos", destacou.

"A administração Bolsonaro sinalizou de forma muito forte disposição para equilíbrio das finanças públicas. É bem-vinda a agenda da administração Bolsonaro para fortalecer as finanças públicas e os comentários do governo para acelerar a abertura comercial", apontou. "Vamos observar com atenção futuros anúncios do governo sobre a reforma da Previdência."

Segundo o diretor do FMI, a intenção do Poder Executivo de realizar uma abertura comercial pode ter impacto importante para elevar investimentos no Brasil. "Sustentabilidade fiscal e abertura comercial serão positivas para elevar potencial do PIB do país", disse.

PIB da América Latina deve acelerar em 2020 com avanço de Brasil e Argentina

O crescimento na América Latina deve acelerar de 2,0% neste ano para 2,5% em 2020 devido, em boa medida, à expansão do Brasil e recuperação da economia da Argentina, comentou Werner.

"O Brasil tem uma agenda de consolidação fiscal e abertura comercial muito importante. Os passos da implementação destas políticas vão determinar o ritmo da expansão econômica do país nos próximos anos", destacou Werner. O FMI subiu a projeção de crescimento do Brasil para este ano, de 2,4% para 2,5%, e reduziu a estimativa para o PIB de 2020, de 2,3% para 2,2%.

Para ele, a Argentina está em processo de retomada do nível de atividade com medidas adotadas pelo governo do presidente Maurício Macri e deve apresentar melhores resultados do Produto Interno Bruto em alguns meses.

De acordo com o diretor do FMI, a instituição multilateral acompanha os últimos desdobramentos políticos na Venezuela, e manifestou que "não há sinal" de reversão da queda do PIB neste ano.

Na avaliação de Werner, a América Latina está sujeita a incertezas globais como disputas comerciais e aperto de condições financeiras. "Os mercados mundiais estão com bom desempenho neste início de 2019, mas podem se repetir movimentos de volatilidade ao longo do ano, como ocorreu em 2018." .