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EUA anunciam sanções contra petroleira PdVSA para pressionar governo Maduro

Gabriel Bueno da Costa

São Paulo

28/01/2019 19h18

O governo dos Estados Unidos impôs nesta segunda-feira sanções contra a petroleira estatal PdVSA, da Venezuela, como forma de pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro e apoiar o autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó. A administração do presidente Donald Trump afirmou pretender que o controle da PdVSA saia das mãos de Maduro para as de Guaidó.

O governo americano informou que serão bloqueados US$ 7 bilhões em ativos e que US$ 11 bilhões em exportações devem ser perdidos pela Venezuela, com as sanções. De acordo com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, a medida busca evitar o desvio de ativos da Venezuela para Maduro e preservá-los para a população local. "O caminho para um alívio nas sanções para a PdVSA passa pela transferência rápida de controle para o presidente interino ou um governo subsequente, eleito democraticamente", afirmou a autoridade. "Apoiamos Juan Guaidó em sua busca pela volta da democracia na Venezuela", disse Mnuchin. Na semana passada, Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, afirmou que Maduro era um "usurpador" e deveria deixar o posto.

Mnuchin argumentou que as refinarias dos EUA já tomaram medidas anteriormente para reduzir as importações da Venezuela. Segundo ele, as sanções adotadas hoje devem ter "efeito mínimo" nas refinarias dos EUA. Além disso, deve haver algumas licenças especiais para autorizar certas transações de petróleo com a PdVSA, explicou. De acordo com Mnuchin, o preço da gasolina nos EUA não deve sofrer alterações por causa da medida. Questionado sobre os preços do petróleo, ele argumentou que a commodity reflete neste momento o quadro na oferta e a demanda. Ainda segundo o governo americano, os ativos da Citgo nos EUA continuarão a operar normalmente. A Citgo America é uma subsidiária da venezuelana PdVSA.

Também presente na entrevista coletiva do governo, o Conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, destacou que a economia venezuelana está "em estado de colapso", com milhões de refugiados para a região. Segundo Bolton, o presidente já havia deixado claro que "todas as opções estão sobre a mesa" para lidar com o quadro na Venezuela. (Gabriel Bueno da Costa - gabriel.costa@estadao.com)