Copom decide por unanimidade manter a Selic em 6,50% ao ano
A decisão - a primeira após Jair Bolsonaro (PSL) ter assumido a Presidência da República - era largamente esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 51 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperavam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano - o menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1996.
A reunião também deve ter sido a última de Ilan Goldfajn no comando do BC. Para o próximo encontro, marcado para 19 e 20 de março, a tendência é de que o economista Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro para a presidência da autarquia, já tenha passado pela aprovação do Senado.
Ao justificar a decisão, o BC afirmou por meio de comunicado que a manutenção da Selic reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, com peso menor e gradualmente crescente, de 2020.
No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC manteve projeção para o IPCA de 2019 em 3,9%. No caso de 2020, a expectativa foi de 3,6% para 3,8%.
No cenário de referência, em que o BC utilizou uma Selic fixa a 6,50% e um dólar a R$ 3,70 nos cálculos, a projeção para o IPCA em 2019 passou de 4,0% para 3,9%. No caso de 2020, o índice projetado continuou em 4,0%. As projeções anteriores constaram no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em dezembro.
O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%).
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