Prévia da inflação perde força e sobe 0,3% em julho

A prévia da inflação brasileira desacelerou ao avançar 0,3% em julho, após alta de 0,39% apurada em junho, mostram dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mesmo com a desaceleração, a taxa acumulada do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15) nos últimos 12 meses segue acima de 4% e se aproxima do limite determinado pelo CMN. No mesmo mês do ano passado, o indicador apresentou deflação de 0,07%.

Como foi o IPCA-15

Prévia da inflação foi a segunda menor deste ano. A oscilação supera apenas a alta de 0,21% apurada em abril. O resultado corresponde também ao segundo mês consecutivo de desaceleração do IPCA-15. Em junho, a variação de 0,39% do indicador representou uma perda de força em relação ao avanço de 0,44% registrado no mês anterior.

Em julho do ano passado, o índice recuou 0,07%. O período marca a última deflação da economia nacional apurada pelo indicador. Desde então, o IPCA-15 mantém suas variações entre 0,2% e 0,4%. O único ponto fora do intervalo foi registrado em fevereiro, quando o índice marcou 0,78%, salto motivado pelos reajustes das mensalidades de cursos regulares.

O IPCA-15 acumula alta de 4,45% nos últimos 12 meses. A oscilação referente ao período compreendido entre agosto de 2023 e julho de 2024 é a maior desde fevereiro (4,49%). Há um ano, a taxa acumulada após a deflação de julho era de 3,19%, a mais baixa variação desde agosto de 2020 (2,28%). No ao até julho, o indicador tem alta acumulada de 2,82%.

Variação mantém a prévia da inflação dentro da meta. O índice acumulado em 12 meses segue no intervalo determinado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). A meta de 3% planejada para 2024 tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, com a possibilidade de variar entre 1,5% e 4,5%. Para este mês de julho, o IPCA-15 furaria o teto caso superasse 0,36%.

Gasolina mais cara

Encarecimento da gasolina foi determinante. Item de maior peso individual para o cálculo da inflação do Brasil (5%) subiu 1,43% em julho e puxou a alta de 1,39% dos combustíveis. O etanol (1,78%) e óleo diesel (0,09%) também ficaram mais caros, enquanto gás veicular (-0,25%) registrou queda de preços.

Reajuste da Petrobras influenciou no resultado. A alta do combustível foi identificada após reajuste de 7,1% realizado pela Petrobras para as distribuidoras a partir do dia 9 de julho. No anúncio, a empresa estimo um aumento de R$ 0,15 por litro ao consumidor final.

No mesmo grupo, as passagens aéreas subiram 19,21%. As variações tornaram a alta de 1,12% apresentada pelo segmento de transportes como principal impacto (0,23 ponto percentual) para o resultado do IPCA-15 de julho.

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Preço doa alimentos cai

O grupo de alimentação e bebidas teve deflação de 0,44%. O resultado surge com o recuo de 0,7% da alimentação no domicílio. O resultado foi puxado pelo barateamento da cenoura (-21,60%), do tomate (-17,94%), da cebola (-7,89%) e das frutas (-2,88%). Por outro lado, o leite longa vida (+2,58%) e o café moído (+2,54%) ficaram mais caros.

A refeição fora de casa ficou 0,25% mais cara em julho. Apesar da alta, o resultado representa uma desaceleração em relação ao mês de junho (0,59%). Os lanches (0,24%) e a refeição (0,23%) apresentaram variações menos intensas.

Contas de luz em alta

O fim da bandeira verde determinou o encarecimento de 1,2% da energia elétrica residencial. Neste mês passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,885 a cada 100 kwh consumidos. Também contribuíram para o aumento os reajustes realizados em Belo Horizonte e em uma das concessionárias de São Paulo.

Alta das contas e luz puxaram a variação de 0,49% do grupo de habitação. Entre os outros itens, a taxa de água e esgoto subiu 0,22%, resultado originado pelos reajustes tarifários de Brasília e Curitiba. No Rio de Janeiro, as tarifas caíram 0,93% a partir da redução média de 1,75% anunciada para este mês.

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Veja a variação de cada um dos grupos em julho

  • Alimentação e bebidas: (-0,44%)
  • Artigos de residência: 0,24%
  • Comunicação: 0,09%
  • Educação: 0,06%
  • Despesas pessoais: 0,32%
  • Habitação: 0,49%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,33%
  • Transportes: 1,12%
  • Vestuário: (-0,08%)

O que é o IPCA-15

O IPCA-15 foi criado para oferecer a variação dos preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. O indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e representa uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no país. Para este mês, a apuração consiste no período entre 15 de maio e 15 de junho.

O indicador considera a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises levam em conta as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

A coleta de preços do IPCA-15 é feita em um período não calculado pelo IPCA. Com isso, o indicador com mostra qual será a tendência do resultado do final do mês. A análise tem como alvo a cesta de produtos consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas do Brasil (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Distrito Federal).

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