'Se reformas caminharem, dá para ser mais otimista em 2019', diz Silvia Matos
Em 2018, o Brasil cresceu o mesmo que havia crescido no ano anterior. Esse desempenho deve ser comemorado?
Devemos considerar que o País está em baixo crescimento. O resultado de 2018 foi melhor do que o do ano anterior, porque a composição foi diferente. Se o PIB de 2017 cresceu embalado pela agropecuária e por uma indústria muito dependente das exportações, em 2018 o consumo das famílias já teve um desempenho maior e houve um avanço do investimento em máquinas e equipamentos, mesmo desconsiderando os investimentos em plataformas de petróleo, que comprometem a comparação. O resultado é muito aquém do esperado, após a perda de PIB durante a recessão, mas é um pouco melhor.
Com o resultado do PIB de 2018 já é possível fazer um retrato do desempenho do governo Michel Temer na economia. Ele é positivo ou negativo?
Vimos alguns avanços, o governo montou uma equipe econômica muito boa e conseguiu aprovar a PEC dos gastos, mas havia uma promessa de ajuste fiscal estrutural, que não se cumpriu. A fragilidade política do presidente e sua baixa popularidade aumentaram a dificuldade de aprovação das reformas. Quando ficou claro que o governo não conseguiria aprovar a reforma da Previdência, houve uma grande frustração, que limitou a capacidade de recuperação da economia. Criou-se uma expectativa muito grande, que acabou atrapalhando na retomada do crescimento - e ainda estamos pagando essa conta de 2018, de ajuste incompleto.
Quais são as perspectivas de expansão do País para este ano?
Se as coisas caminharem bem, em termos de avanços nas reformas fiscais e tributárias e nas privatizações, é possível ser mais otimista e pensar em um crescimento do PIB de 2,1% para 2019. Não dá para dizer que seria um resultado ruim, mas o Brasil ainda tem muitos desafios para chegar a um crescimento na casa dos 3%. O agronegócio não deve ter um desempenho muito melhor do que em 2018, a indústria de transformação ainda sofre com a crise argentina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.