'Seja você mesmo' vira regra nas empresas
Inspirado nas empresas de tecnologia do Vale do Silício (EUA), onde predomina a informalidade justamente para atrair jovens talentos e facilitar o processo de inovação, o movimento se espalha hoje entre companhias tradicionais de diferentes setores. Até os bancos - tradicionalmente um reduto mais formal - entraram nessa onda.
Quem circula pelos corredores da sede do Itaú Unibanco, no Jabaquara (SP), por exemplo, vê funcionários com estilos diferentes de se vestir, de todas as faixas etárias e cargos. "A gente não tirou o terno e substituiu pela bermuda", diz Valéria Marreto, diretora de RH.
Desde 2018, o banco deu liberdade para que os quase 100 mil funcionários se apresentem ao trabalho como eles são, mas observando o bom senso. Segundo ela, o fim da política de vestimenta é a peça de um projeto maior da transformação do ambiente de trabalho do banco, iniciado três anos atrás, para acompanhar a evolução da sociedade.
Na rede de fast-food McDonald's, o sanduíche Big Mac pode ser igual em todos os cantos do mundo, mas não a atitude dos funcionários. No Brasil, do uniforme ao script na hora de oferecer o cardápio, cada empregado mostra sua cara. "Estávamos ficando para trás e, desde 2015, passamos a possibilitar que as pessoas colocassem mais coração nesse atendimento, que fossem mais elas mesmas", diz o presidente, Paulo Camargo. A mudança teve reflexos no absenteísmo dos 50 mil funcionários, que caiu 75% em 4 anos, e na rotatividade, que recuou 50%.
Produtividade
A IBM foi outra empresa que decretou, em março de 2017, o fim da política de vestimenta. "Cada um vem como se sente bem, sabendo que está num ambiente de trabalho", diz Christiane Berlinck, diretora de RH. Segundo ela, a produtividade dos funcionários aumentou e isso pode ser notado pelo maior envolvimento. "Quanto mais engajados, mais produtivos os funcionários são e mais negócios a gente gera."
Na Totvs, do setor de tecnologia, 70% dos 7,5 mil funcionários nasceram após 1980 e são das gerações Y ou Z. "Eles não procuram um emprego, querem trabalhar, sentir-se bem, ter um propósito", diz Rita Pellegrino, diretora de RH. Desde 2016, a empresa aboliu as regras de vestimenta, inspirada nas empresas do Vale do Silício, que, na opinião de Rita, foram sensíveis ao concluir que tanto faz se o funcionário usa terno ou bermuda: o importante é o que ele entrega no fim do dia.
"Estamos diante de uma tendência crescente de informalidade", afirma Glória Kalil, consultora de moda. Ao contrário do passado, quando a vestimenta indicava a classe social, hoje, diz ela, as pessoas se vestem para expressar a sua personalidade. As empresas, que precisam dessa mão de obra, sem alternativa, estão mudando. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.